segunda-feira, 16 de junho de 2014

O PREÇO DE SE BUSCAR A GLÓRIA DE HOMENS

por Inajá Martins de Almeida


“... e o povo clamava: É a voz de um deus e não de homem! (At. 12:22)

A fio de espada Tiago é sacrificado. Pedro é colocado em cárcere. O povo se alegra. O rei se exalta.

Bom é quando, ao lermos a Palavra de Deus nas Escrituras, podemos observar mandos e desmandos do poder. 

O mesmo povo subjugado é o que exalta: 

- “é a voz de um deus...”

Melhor ainda, sabermos e sermos alcançados pela graça que nos fora dada pelo sacrifício maior do único que disse ser o “Caminho, a Verdade e a Vida”. Aquele que jamais para si quis a glória dos homens. Aquele que se revestiu como um de nós. Aquele que sobre si nossas dores carregou – Jesus.

O madeiro não lhe servira de afronta. Consumado estava o domínio da mentira. A Verdade prevalecera.

- “Graças te dou ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11:25)

Podemos tecer o cenário. Gritos ensandecidos. Multidão em desvario. O deus, deste mundo, cegara o entendimento de muitos, mas havia os que se prostravam em quatro paredes, confinados, a declinar orações incessantes a Deus, quando...

 “No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele [Herodes] não ter dado glória a Deus; e comido de vermes expirou”. (At. 12:23)    

Entretanto, no mesmo instante em que o poder é deitado por terra, ante vermes a lhe corroer entranhas, “orações incessantes a Deus por parte da igreja” repicam;  correntes são quebradas e Pedro, guardado em cárcere, sob severa escolta de quatro soldados, livre, levanta-se depressa e se dirige à casa de Maria mãe de João Marcos.  

A história narra três Herodes:
  • Herodes, o grande, responsável por muitos crimes, inclusive a matança de inocentes após o nascimento de Jesus;
  • Herodes Antipas, movido por caprichos da esposa e sobrinha manda executar João     Batista;    
  • Herodes Agripa, não menos sanguinário que os outros da sua descendência, ordena a   morte de Tiago e encarcera Pedro.
Todavia, à sombra de um passado sombrio e sanguinário, apenas ruínas, enquanto  que  "a Palavra do Senhor cresce e se multiplica” (At 12:24) em todo o planeta. 

Alerta! 

É chegado o tempo. Momento de endireitar o Caminho. Não aceitar glória de homens. Debater aquele que vem em seu próprio nome. Não dar glórias uns aos outros, antes buscar a glória que vem do Deus único. Porque somente Ele nos conhece...    

- "Eu não aceito glória dos homens, mas conheço vocês. Sei que vocês não têm o amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me aceitaram; mas, se outro vier em seu próprio nome, vocês o aceitarão. Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?" (Jo 5:41-44)


Disse Jesus e nós o que podemos dizer?

O que vale buscar a glória de homens!

"Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas"  (Mt 6:33)

terça-feira, 10 de junho de 2014

O RIO QUE FLUI DENTRO DE NÓS


por Inajá Martins de Almeida


O rio flui. Jamais para seu curso. Segue para o mar. Não para jamais. Deságua em grandes águas. Mistura-se ao sal. Torna-se sal.

Intrépida, percebo: fora-nos alertado sermos o sal da terra, ademais “se o sal for insípido, com que há de salgar? (Mt 5:13)

Aquele é apenas mais um córrego dentre tantos que cortam a cidade. A chuva pouca. Estiagem que assusta. Mas lá está ele a buscar por grandes águas. Obstáculos não lhe afrontam. Suas águas, aparentemente estagnadas, encontram fluxo abaixo do que os olhos podem contemplar.

Eu admiro aquele espetáculo inusitado. Para mim as águas mantinham-se paradas. Estagnadas. Por quê?

Parei a pensar o fenômeno. O que acontecia ali?

Ao meu lado meu companheiro de jornada reflexiona ao meu questionar e fala:

- “As águas correm por baixo”.

Aquelas palavras não saiam da minha cabeça a partir de então. Pensei nossas vidas estagnadas, quantas vezes, mas busquei as águas que “corriam por baixo”.

Dos bastidores pude contemplar. Leituras tantas. Estudos. Lágrimas e dores em meio ao caminhar não deixaram de ser ressaltados. Eram os passos de longe em longe a ganhar o presente tão presente. 

Algumas vezes cisternas rachadas a não reter água. Fundos poços a dificultar a retirada de água, até que...

Corrente de água aparentemente estagnada demonstra o rio que flui e converge “às águas vivas”.

Águas que saciam sede.

Foram então as águas paradas que puderam me levar à “fonte de água viva” e saciar a sede do entendimento maior, porque:

- “... do seu interior fluirão rios de água viva". (Jo 7:38)             


segunda-feira, 9 de junho de 2014

PASSE PARA A MACEDÔNIA

por Inajá Martins de Almeida
Instigam-me. Envolvem-me. Condicionam-me às reflexões ao avançar. Levam-me além do que as próprias palavras contidas no texto me sugerem – quantas vezes.
Era Saulo que segurava as vestes de Estevão ajoelhado ante as pesadas pedras que lhe ceifavam a vida.
Agora é Paulo quem atenta ao chamado inesperado:
- “Passa para a Macedônia e ajuda-nos...”
Saulo, judeu por nascimento, romano por merecimento Paulo.
Ao caminho de Damasco seus planos se vêem alterados para sempre. Imensa luz ceifa-lhe a visão do engano da lei para lhe mostrar o caminho da graça, quando estrondosa  voz invade sua audição:
- Saulo! Saulo! Por que me persegues?
Parei eu também a questionar; afinal por que de perseguidor, passa a ser perseguido?
O que teria mudado naquele trajeto? Poderia acontecer conosco também? “Planos de paz”.  Percebi que sim.
Paulo agora veste a armadura de Deus, combate o bom combate, guarda a fé. Segue o Caminho. Conserva o espinho na carne. Percebe que não lhe é profícuo recalcitrar contra os aguilhões (At 5:6)
Estanco ante as minhas próprias convicções. Quantas vezes as lutas foram travadas com os recursos de que dispunha. Quantas vezes, por desconhecimento, não recorri àquele que poderia caminhar comigo mais uma milha e aliviar meu fardo. Agora entendo que sofremos, pois nos falta entendimento. (Os 4:6) Assim, pude me levantar.
Paulo teve uma visão e imediatamente alterou seus planos de viagem. Quantas vezes nos faltam visões e atitudes para agirmos rapidamente com relação aos planos de Deus em nossas vidas.  
Passar para a Macedônia requer obediência. Paulo prontamente obedeceu à voz do Espírito Santo. E nós?    

quarta-feira, 4 de junho de 2014

FOME DE SONHOS

 por Inajá Martins de Almeida

Assistia eu a um treinamento do psiquiatra, escritor e palestrante Roberto Shinyashiki, quando me deparei com uma fala que me tocou fundo:

- “Você precisa ter fome”.

Estanquei. Passei a inquirir o sentido da fome. Percebi que só caminhamos quando as necessidades nos forçam a sair da área de conforto.

“E a fome era gravíssima na terra.” Gn 43:1

Olhei para dentro de mim. Acompanhei minha trajetória através da linha do tempo. Entre linhas e rabiscos, chuleei a jovem na capital paulista, recém formada, desempregada, mas dona de um sonho maior do que aquela imensidão. Emaranhado de pessoas que iam e vinham no burburinho das alamedas ruas e avenidas – todas abertas a conduzirem os sonhos da jovem. Janelas a vislumbrar horizontes infindáveis dos que sonham e buscam se realizarem através deles.

Era o sonho que movia o olhar inquieto. A mente a trabalhar em compassos alterados, enquanto gravitava em busca da realidade do sonho, o sonho realizável. Da realidade, o sonho real. A fome embalava o sonho.

Sonho... Dias após ao assombro, a fome me levaria a desvendar a existência de duas pessoas apenas: as que sonham e as que estão mortas. Logo formado estava o triângulo: - a fome, o sonho e a sonhadora.

A jovem sonhadora cedera lugar à senhora sexagenária cheia de sonhos. Sentia-me viva, ainda mais diante das lembranças. Os sonhos que se transformaram. Sonhos realizados. Sonhos abafados. Sonhos sonhados. Mas... Sonhos.         

Era eu a jovem que trazia na bagagem, muitos sonhos. Visões de um futuro alinhavando sonhos. Sou eu a sexagenária, que não perdeu os sonhos, ainda que muitos sonhos se tenham perdido pelos caminhos. Sonhos de sonhadores...

Eis que devemos nos lembrar dos nossos sonhos, “porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente e conhecimento e entendimento, interpretando sonhos e explicando enigmas e resolvendo dúvidas...” (Dn 5:12)

Porque afinal percebi, que, “em toda a maneira e em todas as coisas estou instruída tanto a ter fartura como a ter fome... “ (Fl 4:12)

Fome de sonhos!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

LÍDER OU LIDERADO

por Inajá Martins de Almeida

  
Pedro é convocado à organização da ceia pascal. Jesus dá as coordenadas quanto ao local. Situações adversas ao costume se apresentam:

- Siga um homem com cântaro na cabeça...

Estranho! Atribuição esta especificamente às mulheres – cultura daquela época. O que se pode concluir?...

Quais os sinais que fazem com que um líder venha influenciar pessoas, grupos, multidões ao ponto de se deixar liderarem? Qual a motivação dos liderados? Qual a missão da tarefa proposta? Qual o papel da figura do líder?

Homens. Um a um convocados foram a caminhar. A seguirem um plano. Abandonarem costumes familiares, religiosos, sociais por um novo projeto que transformaria, a partir daquele momento, a vida daqueles no presente e de multidão imensurável futuro afora. Um a um, doze agregaram-se e por três anos juntos caminharam. Plenos conhecimentos tinham de que a missão era seguir aquele que os convocara. E o seguiam.

Motivação possivelmente não lhes faltava, ainda que inusitado argumento a cada qual fora apresentado.

- Pedro, a partir de agora serás pescador de almas... Cuidará e apascentará minhas ovelhas!...

Como nos comportaríamos ante uma palavra que poderia comprometer nossa vida pregressa, nosso presente e nosso futuro?

Que argumento convincente.

Percebe-se na atualidade a palavra de ordem: - líder – liderança – liderados. Quantos, entretanto, o serem líderes? Quantos almejam a liderança. Em contrapartida, qual o comportamento dos liderados.

Jesus passava... Grande multidão o seguia... Tinha Ele a liderança? Preocupava-se com a tal, como hoje nos preocupamos?

Mulheres ocupam cada vez mais cargos de comando. Mas, como se reportam os homens, tidos como “cabeças”? E o “sexo frágil” como responde? Percebe-se tranquila conivência com as inversões de papéis, nos lares, nas escolas, nas empresas, na administração pública? Entretanto, o que pensamos nós mulheres! O que pensam os homens!

A prática demonstra que nas empresas, muitos homens não respondem ao comando feminino. Quantos se demissionam. Nos lares, mulheres chegam a perder a vida – quantas. Nas igrejas, inexpressiva presença feminina nas posições de liderança. Poucas pastoras, missionárias. Enfim... Quantos valores ocupam bastidores, quando poderiam em muito contribuir estando no palco.

Bem... Vamos seguir.  Se líderes ou liderados, pouco importa. Homens ou mulheres. O que realmente faz a diferença é o Caminho que a nós fora apresentado e aberto a todos quantos estejam predispostos a caminhar.

Se liderando ou liderado seguindo àquele que disse:

- Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém vai ao Pai senão através de mim. 

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quarta-feira, 23 de abril de 2014

MARIA NÃO RECONHECE JESUS

por Inajá Martins de Almeida

"... Voltou-se para trás e viu Jesus em pé, 
mas não reconheceu que era Jesus...João 20:14


Maria Madalena, no sepulcro, pranteia. 

Há pouco perdera aquele a quem lhe resgatara a dignidade de mulher e lhe outorgara a esperança de um novo porvir. 

A cruz lhe causara espanto. Era seu Senhor. Seu remidor que ali se encontrava, pendurado naquele madeiro. 

No sepulcro,  atemorizada, não pudera antever o homem que lhe falava.

A quem buscava Maria, naquele frio sepulcro? 

A quem buscamos nós? O Cristo recém retirado do madeiro ou o ressurreto Senhor do princípio. O Verbo para quem todas as coisas foram criadas. 

Maria confusa olha o sepulcro. O vazio. Roupas brancas a um canto. O corpo ensanguentado, inerte, desaparecera. 

- Roubaram meu Senhor... Para onde o levaram... Questiona. 

- Maria! Por que choras?

- Raboni! 

Desperta Maria do seu sono. Alegra-se. Cessam-lhe as lágrimas.  

Ah! Como é bom e agradável o sussurro suave da voz de Jesus em meio às lágrimas. Lágrimas de mulheres.

Que Rabonis almejamos para nós Marias tantas... ?


  

sexta-feira, 11 de abril de 2014

E DEUS ENDURECEU O CORAÇÃO DE FARAÓ

por Inajá Martins de Almeida

Leituras dos textos sagrados surpreendem-me a cada releitura. Quanto mais ao me deparar com palavras que cintilam e me fazem dedicar tempo específico. 

Posso então analisá-las, decompô-las, estudar seus sentidos, momento em que vislumbro aplicação prática para o viver presente, porque: 

- “tudo o que dantes fora escrito, para nosso ensino fora escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm 15:4).

Desta feita, endurecer o coração de faraó levou-me ao Egito, quando Moisés declinava as ordens de Deus para a libertação do povo cativo em terras estrangeiras e tremia os alicerces, antes inabaláveis, do senhor daquela nação.

Moisés que educado fora na ciência vigente da época, dentro de suntuoso templo. 

Moisés que aos planos de faraó seria o sucessor do trono, agora se vê seguro, ante aquela figura austera, mas tão frágil.

Moisés que vislumbrara a magnanimidade de quem a ele se apresentara em meio a sarsa ardente que não se consumia, não gagueja.

Moisés que despira os pés ao adentrar uma terra santa.

Moisés que ouvira o EU SOU a dizer:

- “Eu vi a aflição de meu povo que está no Egito. Ouvi os seus clamores por causa de seus opositores. Eu conheço seus sofrimentos...” (Ex.3:7)

Moisés, agora, incomodava aquele que outrora o elegera príncipe e não podia ouvir as recomendações Daquele que não conhecia.

Moisés, que bem sabia quem colocava palavras em sua boca. A libertação de um povo cativo se fazia iminente:

“- Deixa ir o meu povo, para que me sirva...” (Ex.9:1).

Deus endurecia o coração de faraó. (Ex.9:12)

E quanto mais Deus tocava na potência que era a nação, ceifando-lhe bens, mais o coração de faraó se enrijecia, tornava-se duro, insensível, intransigente, endurecido.

Ah! Soubera entender que "ao homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio” Pr 29:1

Tragado fora grande exército por águas revoltas. Grande alvoroço se fez sentir. 

A nação escrava não mais erigia monumentos. A terra prometida que manava leite e mel agora podia ser vislumbrada.   

Em nossos dias, mediante tanto ensinamento será que nos convém “recalcitrar contra os aguilhões”? (At 26:14)

E Deus endureceu o coração de faraó. Poderia endurecer o nosso coração também?

"- Eu sou o Senhor e não mudo". (Ml 6:3)




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

QUEM DERA PODER RETORNAR

por Inajá Martins de Almeida


O que fazemos com nossos sonhos?

Por que os perdemos se tanto investimos neles?

Não nos damos conta, mas eles nos dão sinais.

Troca de mensagens. Imagens lindas. Juras de amor eternas. O passado se interpõe ao presente:




- “Se não der certo volte que meus braços te esperam...”.



Seria reminiscência do filho pródigo?






Interrogação que paira. Interrogação que fica. Interrogação que jamais se apaga. Interrogação retorna com força total.

“Que ninguém se engane a si mesmo”. (1 Co 3:18)

- “Eu torço muito por você. Para que tudo de certo”. Outra ocasião o sinal se levanta.

E nos enganamos. E confiamos quando nos alertaram que maldito fosse o homem que no homem confiasse.

Jugo desigual não poupa ao menos o homem segundo o coração de Deus. Por que pouparia na atualidade? Casais apaixonados. Encontros fortuitos, tal folhas ao vento são levados.

O clamor se levanta:

- “ Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia me defender; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado? Você com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus?” (Sl 55:12-14)

É o levante do Édem. A desobediência do casal primeiro. A falta de cuidado, de zelo. Afinal “fora a mulher que me deste por companheira...” clama em alto brado a criatura ao Criador.

E papéis se tornam invertidos. Aquele que deveria cuidar, quer a si cuidados. Aquele que deveria zelar  negligencia ao zelo. Aquele que deveria nomear a criação aparta-se da incumbência.

Mas os olhos de Deus estão por toda terra. Nada em oculto. Tudo exposto e descoberto. (He 4:13) . “Nada há escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz” (Lu 8:17)

A submissão é vista de forma distorcida. Homens não amam suas esposas como Cristo amou a igreja.  Separações rompem laços. Jesus é esquecido no templo, quando não do lado de fora do templo.

Ao amor do início se vira as costas.

Olhos e coração apenas almejam a partilha da herança. Bens materiais que não tardam a se consumirem.

É o desprezo pelo paraíso.

Que Teus braços Senhor estejam sempre abertos para receber aqueles que sabem que até servos e os porcos são bem alimentados em Tua casa.

Que a Ti não importa a partida, mas a volta.

Quem dera entender tantos pudessem...

A distância entre a partida e a volta é apenas uma questão de atitude a Teus Olhos. 



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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PRESSÕES QUE INCOMODAM - DESEQUILIBRAM OU ALAVANCAM?

por Inajá Martins de Almeida


Quantas pressões nos assolam todos os dias? Casa. Trabalho. Marido. Mulher. Filhos. A lista cresce.

Quantas pressões nos desequilibram, mexem na estrutura do prumo. Derrubam-nos. 

Pressões! Quantas aborrecem e “emburrecem”. Descai semblantes. Amargam almas e corações.

Pressões “burras” incomodam.  Consequências? Desastrosas.    

Pressões “inteligentes”  alavancam ao aprendizado e crescimento.



Pontos de vista. Vista a buscar  pontos.  Equilíbrio.

Abrão sentado fora da tenda observa aquela imensidão a sua frente. Calor de deserto. Horizonte interminável. Três figuras a se aproximarem. Corre ao encontro. Conversam. Sara se incomoda. Ri incrédula.

Sob pressão da falta de esperança na maternidade, a Sara o entendimento agora lhe é fugidio.  Pressionada ante as palavras só tem olhos para a alternativa bem a sua frente: a escrava egípcia. 

Sob pressão física, a fome de Esaú clama o guisado, ao ponto de entregar a primogenitura ao irmão gêmeo. Pressão do alimento imediato. Pressão da necessidade que se deseja satisfazer e pronto. Alto preço a pressão burra passa a incomodar.

Sob pressão da inveja, filhos se vêem perante um pai que clama pelo mais jovem, José,  deixado no deserto a sua sorte. Vendido como escravo, agora, sob pressão é dado como morto.


Sob pressão dos incapazes, Neemias incomodava. Solicitado era a descer do muro com frequência.  A obra não podia parar. Era uma grande obra, ainda que sob pressão trabalhasse.


Sob pressão da verdade, Jeremias era lançado em prisões ao  clamar a Israel e Judá a voltarem ao Senhor.


Sob pressão de medo, Elias ante a perspectiva de morte, lançada por uma palavra de mulher,  evade-se para a caverna e solicita para si a própria morte.

Jesus passava. Grande multidão o seguia. A muitos incomodava.

Sob pressão no Gólgota, a si solicita ao Pai afastar o cálice. Era a exaustão ante a pressão que se apresentava infame.

E nós no dia a dia?

As pressões nos incomodam ou nos alavancam?



Sentimos incômodo ante pressões?

Incomodamos com as aparentes pressões?

Cada qual o seu modo saberá responder. 



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domingo, 16 de fevereiro de 2014

EIS LÁ! VEM O SONHADOR...

por Inajá Martins de Almeida 


Inspira-me sobremaneira essa frase:






_ Eis lá! 
Vem o sonhador... 



(Gn 37:19)






Um sonhador é alguém que se destaca na multidão. Chama atenção para si. Atrai olhares de admiração, poucas vezes. Olhares de cobiça e inveja, muitas.

Não fora diferente ao “sonhador-mor”.

Penúltimo filho dentre os doze, José se diferenciava dos irmãos, não só pela túnica colorida que o pai lhe confeccionara, mas, principalmente, pelos sonhos.

José sonhava e compartilhava seus sonhos. O pai o escutava atentamente e guardava as palavras. Jacó o amava mais do que aos outros. Os irmãos o invejavam e odiavam à morte.

_ Que negócio é esse do maior servir ao menor? 

Negócio de sonhador.

Sonhador que não se importa que lhe arranquem a túnica. A profundidade da cisterna, lançado,  não lhe intimida. O tempo recluso entre grades não lhe tira os sonhos. E sonha e continua a compartilhar seus sonhos.

Incansável sonhador. Atraí a si ouvintes à narrativa dos seus sonhos. E por onde passa deixa rastros de sonhos e de sonhador. E o Senhor o prospera.

Sonhador sonha o sonho dos sonhadores. 

Podemos nos definir sonhadores?

À  expressão dos nossos sonhos podem resultar comentários?

_ Inajá... mas como você sonha!   



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sábado, 15 de fevereiro de 2014

QUANDO À PORTA BATEM ABRIMOS?

por Inajá Martins de Almeida

Será que podemos pensar naqueles que estão do lado de dentro dos muros, nas igrejas, dobrando seus joelhos, lendo, tomando ciência da palavra de Deus, nascidos num lar cristão, como impolutos perante um mundo tão corrupto?

Será que podemos vislumbrar seguir seus exemplos? Assimilar o comportamento que nossos olhos externos depreendem?

Questionamos.

Entretanto o que deparamos!

Adão recebia o paraíso para cuidar. Descuidou. Blasfemou. Culpou: - “a mulher que me dera por companheira”. Mentiu. Em momento algum se humilhou, embora se percebesse nu.

Ló se enriquecia, por terras do deserto, ao lado do pai da fé – Abraão, seu tio. Seus olhos e seu coração vislumbram e alcançam vales verdejantes. Para trás a segurança e zelo do tio amoroso, a frente destruição e ruína para si e sua descendência, nas verdes campinas.

Esaú detinha a primogenitura de Jacó, o homem que lutou com o anjo. Trocou-a por um prato de lentilhas.

Geazi, o moço que acompanhava Eliseu, aquele da poção dobrada de Elias, perdia-se pelo caminho. A ganância do favorecimento o torna leproso. Alcança sua descendência para sempre. Perde a poção do profeta.

Eli deixava de ouvir a voz de Deus e de sua cadeira, dentro do templo, não tinha olhos para os abusos dos filhos. A cegueira física e espiritual, o peso dos anos e do seu envelhecido corpo o levaria ao desenlace trágico, da mesma cadeira que por anos compartilhara seus descasos.

Quantos mais...

O que dizer então das trinta moedas de ouro?

Agora um dos doze. Fora escolhido. Não mais cobrador de impostos, mas de almas. Andava com o Senhor. Compartilhava do ensinamento. Porém, seu corpo podia ser visto em toda parte, mas seu coração não deixara práticas ilícitas. Os favorecimentos detinham lugar de destaque em seu coração.

Judas desprezaria a glória a ele reservada. O galho da árvore agora lhe proporcionaria o precipício.

Impressionante...

Príncipes e sacerdotes dos anciãos, profundos conhecedores da lei, insuflariam motim. Persuadiriam a multidão. O bem e o mal se enfrentariam. Contra forte gritaria argumentos plausíveis não encontram eco. Mãos lavadas. Sentença decretada. A morte de cruz.

“ – Que o sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos...” (Mt 27:20.25)

Blasfemam os doutos da lei. A si proferem sentença insensata, quiçá impensada.

Mas os olhos daquele justo, envolto a suor e sangue, corpo moído e transfigurado, apenas se voltam para um no meio da multidão ensandecida.

Acuado a um canto, Pedro é encontrado.

- Pedro tu me amas?...

Ao Pai pede perdão aos seus algozes. Ao último suspiro entrega sua alma. Tudo se consome.     

Não há desculpas...

Ainda que queiramos voltar à pesca, quando os olhos de Jesus nos encontram é Ele quem nos persuade a lançar a rede do lado direito.

Jesus nos convida a cear. Quer nos lavar os pés. Quer nos tornar um dele. Dar-nos seu corpo e seu sangue.








“Eis que estou a porta e bato...”










O que podemos responder? 

Abrimos? 

Ou simplesmente nos mantemos cegos, surdos e nus dentro dos templos!

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