Jesus passava... Grande multidão o seguia. Gritava, clamava, esbarrava em seu corpo. Ao longe um homem rico, de grande influência pública, de pequena estatura, tocado por invisível força, buscava ver o Mestre dos mestres. Pecador que era, sentia-se incapaz de se aproximar daquela impoluta pessoa que por ali passava.
Buscava, contudo, colocar-se num alto local, para apenas ver Jesus. Despendia grande sacrifício na escalada, do mais alto galho, de frondosa árvore, que se interpunha ao caminho dos passantes. Com fé inabalável, julgava que somente por olhar o Mestre, seu coração seria aquecido. Não media esforços; o sacrifício não o incomodava. Bastava-lhe, contudo, ver Jesus.
Acometido de grande surpresa, eis que o Mestre pára sob aquela árvore.
Silêncio...
Todos se calam. Jesus levanta seu olhar e grita em alto brado:
– Zaqueu... Zaqueu... desça daí, vá para casa e prepare-me a refeição, que ainda nesta noite lá estarei.
A multidão atônita, sem nada entender, julga aquele comportamento inesperado. O que levava o Mestre a se aproximar daquele vão pecador. Jesus sabia... Estava se cumprindo a vontade do Pai... Ele viera para trazer vida, e a vida em abundância; para remir o pecador. Para salvar alma caída.
Zaqueu sofria... Seus pecados o acusavam. O Mestre tudo sabia. Conhecia aquele coração muito antes dele haver se formado. A multidão nada entendia: apenas acompanhava Jesus, levada por curiosidade.
Em casa do cobrador de impostos, este – Zaqueu – tomado de perplexo entendimento, dirige-se ao Mestre:
– Senhor, digno não sou de estar em Sua presença, pois a muitos tenho lesado, porém, darei minha fortuna para ressarcir todo mal que tenho feito.
Jesus sabia, então, que naquele momento a salvação entrara dentro daquela casa, e em silêncio... saiu.
Texto de Inajá Martins de Almeida
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