Em alto mar – no barco – Jesus dormia.
Grande agitação... Mar revolto lançava o barco ora para cá, ora para lá.
Dos céus, clarões iluminavam a escuridão; trovões estarrecedores quebravam o silêncio lúgubre daquela noite de pescaria.
Os pescadores, acostumados que estavam com as intempéries do mar, jamais viram cena igual.
Acometidos de grande temor e tremos, em alto brado, pressentindo perigo eminente, clamavam:
– Jesus... Jesus... Vamos morrer!
Calmamente Jesus dormia. Nada abalava aquela alma serena.
Novamente brados contritos gritavam mais forte:
– Mestre... Mestre... vamos morrer!
Mas afinal, como podia Jesus dormir em meio à tamanha agitação?
Acorda então Jesus, e com um simples sinal, um simples levantar de mãos, cessa a tempestade.
Atônitos, aqueles que há pouco gritavam, calaram-se, sem nada entender. Interrogativos, olhavam-se. Quem era aquele que curava enfermo, dava visão ao cego, ao coração contrito trazia alento, multiplicava pães e peixe, perdoava o pecador, acalmava a tempestade?
Quebra por fim o silêncio, e repreende aqueles que o acompanhavam:
– Homens de pouca fé, porque temais então, se no barco eu me encontro?
Todos calaram e, cabisbaixo, não puderam responder, porque realmente, Jesus estava no barco e disse bem; contudo, Ele não estava dentro de cada tripulante!
Leitura Bíblica Lucas capítulo 8 versículos 22 à 25
Texto de Inajá Martins de Almeida
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Sobre as Ondas
Mário Barreto França
Era noite. O alto mar se enfurecia.
Para o barco veloz que à morte avança,
Não restava uma simples esperança
De incólume rever a luz do dia...
Entre as brumas, porém, da noite fria
Aparece uma sombra, calma e mansa...
Era um fantasma? – Não! – era a bonança
Que em Jesus, como bênção, se anuncia.
Inda hoje o mar do mundo se encapela:
E, no barco da vida, já sem vela,
Não nos resta sequer uma ilusão...
Mas – Senhor! – sobre as ondas revoltas,
Volta a trazer às almas torturadas
O consolo da tua salvação!
Para o barco veloz que à morte avança,
Não restava uma simples esperança
De incólume rever a luz do dia...
Entre as brumas, porém, da noite fria
Aparece uma sombra, calma e mansa...
Era um fantasma? – Não! – era a bonança
Que em Jesus, como bênção, se anuncia.
Inda hoje o mar do mundo se encapela:
E, no barco da vida, já sem vela,
Não nos resta sequer uma ilusão...
Mas – Senhor! – sobre as ondas revoltas,
Volta a trazer às almas torturadas
O consolo da tua salvação!
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"O domínio de qualquer arte é trabalho para uma vida inteira. A poesia é uma arte, arte que Mário Barreto França, que já foi o mais declamado poeta evangélico brasileiro, levou quase 60 anos para dominar".
Jefferson Magno Costa
Jefferson Magno Costa
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