sábado, 11 de maio de 2013

PENTECOSTE - o fogo que não se apaga


Gradativamente somos enredados a temas propostos quer em sala de aula, com o nosso professor Enzo, quer por nossa aguçada mente inquiridora, quando da leitura da Palavra, quer ainda: livros, pregações, textos enfim...

Percebemos, para nosso deleite, autores não se intimidarem ante a dificuldade de editoração. Mensagens, sobre o alto custo do livro ou de que não haja público leitor para sua leitura, não se tornarem obstáculos a assuntos vários. Daí, os tais avolumarem prateleiras em livrarias, em bibliotecas, em feiras de livros ou em nossas casas. 

E buscamos razão para ler. E logo ela nos chega. Apresenta-nos autores. Pesquisadores apaixonados que nos levam à paixão do ato de ler. Porque não também ao ato de escrever! Fogo que queima internamente. Afinal! Que fogo é esse?

Pentecoste! Encontro! Festa! Colheita! À lembrança, a saída do exílio. A cruz. O sacrifício. O derramar do Espírito. O Consolador. É quando “todos ficam cheios do Espírito Santo...” (At 4:31). A nós vem representar algo?

Pentecoste. O fogo que arde. O fogo que clama por não se apagar. Um livro acanhado nas páginas, contadas em oitenta e sete. Um autor – Hernandes Dias Lopes – que clama ao trabalho árduo “para resgatar a centralidade da Bíblia”. Uma leitora. Uma visão ante um tema que arde. Que clama. Que vibra à recontagem.  

Retalhos recolhidos. Impressões retiradas através das entrelinhas do estudo do autor. Palavras que tecem palavras tantas. Enredam o tema. Apontam vistas que se irmanam a outras... Imensuráveis palavras, em torno da Palavra. “Tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar.” (Atos 1:1) 

Pedro entra em cena. A pescaria lhe ficara distante. Peixes transmutam-se em figuras humanas. Pescador arrojado e impetuoso, agora, firme, eloquente ao falar se vê sobressaltado ante um “vento veemente impetuoso”. 

Ao recinto, línguas bipartidas, como se fogo fora, tocam os partícipes, que passam a se comunicar e a se entenderem, indiferentes aos idiomas pátrios. O derramar do Espírito Santo a todos preenche. A esta encanta. A cismar, impetuoso vento, leva-me. 

Jesus morrera. O horror da cruz latente, dispersara aqueles que juraram fidelidade. Que a tudo deixaram para seguir uma ideia. Seguirem um homem que apresentava uma nova proposta de reino. Um reino distante. Invisível. O reino que não era “deste mundo”. Incrível.

Um homem que dava visão a cegos. Limpava corpos leprosos. Ressuscitava mortos. Expulsava demônios. Perdoava pecados e pecadores. Paralítico fazia andar. Vendilhões do templo expulsava. Importava-se por uma ovelha perdida. Afirmava ser a água viva. Mostrava o caminho a ser seguido. Conclamava que a Ele fossem todos os cansados e sobrecarregados. Agora, entretanto, após o martírio e a morte de cruz, vem apresentar “provas vivas e infalíveis do reino de Deus”.

Coloco-me então como protagonista. Poderia eu – Inajá – abandonar convicções familiares por uma ideia ainda em construção? Haveria argumento para arregimentar seguidores? A fé me seria suficiente ao ponto de transpor a barreira do isolamento ideológico?  

Seria, porventura, a nós, possível tal façanha, quando percebemos grande licenciosidade rondando atualidade? Tudo nos sendo permissível, ainda que sabedores que nem tudo nos convém? 

Pentecoste! Arde em mim. Colheita que almejo. Festa que posso antever em minha imaginação. O derramar do Espírito que vem elucidar. E a pena tece.

E o autor escreve: 

“O Pentecoste veio porque uma congregação de 120 pessoas estava unida, coesa, unânime, perseverando na busca do mesmo ideal. Havia unidade de propósitos. Hoje há ajuntamento, mas pouca comunhão. Há orações, mas pouca concordância. Muita coreografia, mas pouco quebrantamento. Muito movimento, mas pouca adoração. Muita agitação, mas pouco louvor. Muita verborragia, mas pouca unção. Muitos buscam o derramamento do Espírito, mas outros puxam para trás”. (At 1:14; 2.1)

Estanco perplexa! Grita em mim o avivamento. Primeiro em meu interior. O entendimento do sacrifício maior a mim ofertado. Depois o avivamento  coletivo, partindo sempre do individual. Acaso poderia dois andarem juntos sem que houvesse concordância de um? (Amós 3:3) Impossível. Repensemos...  

A mesma cruz que dispersara agora ressurge em júbilo. Em festa. Em colheita.  O ideal de propósito se fazia sentir. Pedro percebera a que fora chamado: a pescar almas. Almas que se multiplicavam. Chegavam a três mil. Pentecoste. Festa da Colheita. E não paravam. Vento impetuoso. Fogo que lambia. Ardia. Queimava. 

 “Festa da Colheita! Pentecoste!”  

“Eis que estou à porta... e bato...” 

Majestosos templos. Portas fechadas. Ministros a não perceberem ovelhas perdidas. Aprisco desprotegido. Trancas abertas. Licenciosidade.  Mega shows a transformar púlpitos em palcos aos domingos. Cantores, solistas, corais, recados a se perderem de vista. O tempo rola. A Palavra paciente aguarda. O cansaço chega. O sono rouba o sentido de muitos Euticos no século XXI. Jesus aguarda pelos adoradores.

Aquele Eutico, do primeiro século, amorosamente é abraçado por Paulo quando o percebe desfalecer ante a queda janela abaixo. Euticos no século presente, mal se apercebem do desfalecer e morrer espiritualmente. Paulos abraçadores podem ser encontrados?

As luzes se apagam, na ribalta. A Palavra tímida se apresenta. Último ato. Encerra-se o triste cenário de luzes, câmeras, ação - quantas vezes pouca ação. Muita fumaça. Pouco fogo. 

À mulher samaritana, Jesus intitula-se o templo. Adoradores seriam percebidos em espírito e em verdade, não em suntuosos templos. 

Aos profetas afirma que em três dias não restaria pedra sobre pedra. Mas também em três dias seriam construídos seus alicerces. 

Pentecoste que clama pelo ajuntamento coeso, unânime de pessoas reunidas num único propósito. Comunhão de almas. Concordância na oração. Quebrantamento no dobrar dos joelhos. Adoração a mover céus e terra. Louvor  que a muitos arrebata ao derramar do Espírito Santo.

Pentecoste... Que o fogo não se apague... Que Jesus nos encontre em comunhão, a perseverar no mesmo ideal daquele derramar do Espírito Santo em Pentecoste.    

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O tema Pentecoste fora motivado através do Livro do pastor Hernandes Dias Lopes - PENTECOSTE: o fogo que não se apaga.

Impressões de Inajá Martins de Almeida

Livro de Atos 

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