texto de Inajá Martins de Almeida
Será que Deus se manifesta a nós no presente, como se
manifestava no passado?
Não é a Sua Palavra que nos diz ser Deus de perto e não de
longe e que não muda? Que Seus olhos atentos estão e passeiam pela terra? Que
Seus braços não estão encolhidos e a palma de Sua mão a tem como medida?
Mais argumentos? Possíveis sim, porém cada qual os
encontrará ao seu querer. Ao seu sentir.
Enquanto Jesus clamava - Marta, Marta! O som de Sua voz era
como se ecoasse aos meus ouvidos: – Inajá!
Inajá! E me aquietava. E não mais era Marta que buscava servir ao Mestre,
mas esta que aqui está a tecer as linhas. São elas que me enredam às tramas do
texto. E passo a declinar.
Pastor Jeremias discorria o texto. Meu cérebro em burburinho
acelerava em pensamentos. Era o som da voz do Senhor que clamava. Eu pensava: – A mim chama! E me alegrava. E as palavras em
mim se agigantavam.
Personagens se tornavam presentes e registrados. A voz de
Deus, impressa através do texto, ganhava vida própria. Entonação era sentida
através da visão – pela grafia – e da audição, quando passo a ouvi-la.
A ideia central recorre aos textos. O esboço ganha divisões
de forma sistemática, quando a palavra clama pelas linhas, numa interpretação
peculiar desta, que passa a discorrer:
- O ANJO SE APRESENTA A ABRAÃO
Isaque, filho único do patriarca da fé, naquele instante
prestes estava a ser entregue em holocausto. Era Deus que ocupava o centro do
seu caminhar. Deus prometera-lhe ser pai de grande nação. O provento para tal
viria. Abraão confiava e obedecia. Mão firme. O cutelo a riste, quando...
– Eis-me aqui... E a poucos passos eis o cordeiro para o holocausto. (Ge 22:11)
Era a voz de Deus que sabia o quanto seu patriarca se
envolvera e se comprometera ao seu Senhor. Será que Deus pode contar conosco
nos dias de hoje? Quem são afinal nossos Isaques? Podemos entregá-los?
2. A PARTIDA
DE JACÓ PARA O EGITO
Jacó, agora Israel, estava apreensivo. Havia fome em toda a
nação. Egito se apresentava farto. Mais ainda, a surpresa maior o aguardava – o
filho José o esperava.
– Jacó, Jacó!
– Eis-me aqui.
– Não temas ir para o Egito. (Ge 46:2-3) E partiu.
Deus reconhecia a apreensão de Jacó. A ausência do filho, tido
como morto por muitos anos. Será que não
reconhece a nossa fome também? Nossos sonhos enterrados? Estamos prontos para a
partida? Sair da nossa “zona de conforto”?
Agora é Moisés que se refugia no deserto. Deus o encontra e
a ele se manifesta através da sarsa ardente.
– Moisés, Moisés!
– Eis-me aqui.
– Eu vi a miséria do teu povo. (Ex. 3:4-7)
Deus sempre vê. Sempre nos encontra não importa o deserto
que estejamos. A caverna que nos escondamos. Ele conhece nossas misérias. Ainda
que nos peça que tiremos nossas sandálias. Nossos orgulhos. Nossas apreensões.
Deus nos propõe a saída do jugo do inimigo para a terra de Canaã, onde leite e
mel será nosso alimento.
4.
DEUS SE MANIFESTA A SAMUEL
Por três vezes Deus se manifesta a Samuel que ainda não O
conhece, embora o servisse na casa do sacerdote Eli, através da entrega de sua
mãe Ana, em tenra idade.
Em todas às vezes de pronto se apresenta a Eli:
– Eis-me aqui,
recomendado a voltar aos seus aposentos e dormir. Será que muitas vezes não
somos orientados a voltar a dormir? Era, pois, a quarta vez:
– Samuel! Samuel!
– Fala, porque teu servo escuta.
Precisamos estar atentos à voz de Deus.
Perceber que o silêncio é seu trabalho. Embora pelas iniquidades encobertas, não
se apresentasse naquele tempo, certo, seus olhos atentos estavam àquela casa.
– Eis que farei uma
coisa em Israel... Começarei e terminarei.
Deus há muito não falava, embora naquela casa houvesse um
profeta.
– Os ouvidos de quem ouvir irá tinir... Pela
iniquidade que ele sabia – Eli – sua casa será julgada para sempre... (1Sm
31-21)
Atentos nossos sentidos devem permanecer. Há muitas casas estéreis. Vazias. Sem unção.
Muitas ovelhas sem pastor. Muito pastor com a visão enfraquecida. Que vê, mas,
retorna ao sono, tal qual Eli. Quantos filhos desviados, fartando-se da
gordura.
5. EM CASA DE LÁZARO
Maria assentada, ao Mestre ouvia. Marta agitava-se ante aos
afazeres. Anfitriã zelosa.
– Marta! Marta! Andas
ansiosa e preocupada com muitas coisas; mas uma só é necessária... (Lu
10:41-42)
O alerta a Marta pode nos alcançar também. Descansar sob
suas asas. A sombra do Onipotente. Deixar fardos serem aliviados. Sentar a Seus
pés. Deixar-se embalar pelas palavras de carinho, tal qual Maria. Esta ficou
com a melhor parte. Jesus nos pede o desfrutar também.
6. SATANÁS RECLAMA SIMÃO
Simão se tornara Pedro, pescador de almas, todavia, agora se
vê o tom de repreensão na voz de Jesus:
– Simão, Simão,
Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo! Mas eu roguei por ti, para
que tua fé não desfaleça... Quando te converteres, fortaleça teus irmãos.
(Lu 22:31-32)
Quantas vezes também podemos nos sentir seguros: na igreja,
na presença dos irmãos, na leitura da Bíblia. Podemos até sentir que nosso nome
fora mudado. Nossos corações transformados. Mas apenas colocamos remendos novos
em roupa velha. E Jesus nos repreende. Atentos devemos estar. Cuidar para não
cair. Constantemente examinar as Escrituras.
Simão foi reclamado por Satanás. Ainda que caminhasse ao
lado de Jesus, este não presenciara a conversão completa daquele.
Que Jesus encontre em nós verdadeiros adoradores. Que O
adore em Espírito e em Verdade.
7.
O PERSEGUIDOR SE FAZ PERSEGUIDO
Desta vez é Saulo que, de forma ferrenha, persegue os
seguidores do Caminho. É Jesus que fora suspenso no madeiro que lhe aparece no
caminho de Damasco e lhe faz o alerta:
– Saulo, Saulo! Por
que me persegues? E, ao lhe cegar a visão física, abre-lhe a visão espiritual.
Desta feita é Saulo que se transforma em Paulo. De
perseguidor a perseguido. Lutar contra os aguilhões lhe seria penoso. Era-lhe necessário
sofrer pelo Nome que é acima de qualquer Nome.
E como sofreu! E que mensagem nos deixou!
– Combati o bom
combate, completei a carreira, guardei a fé. (2Ti 4:7)
8.
O LAMENTO DE JESUS SOBRE JERUSALÉM
Porém, analisando as Escrituras, eis um lamento. Não
mais se apresentam personagens aos alertas. Abraão, Jacó, Moisés, Samuel, Marta,
Simão, Saulo, mas sim, a uma nação.
– Jerusalém, Jerusalém
que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!
É Jesus que lamenta pela casa que em breve ficará deserta.
Pela casa que não mais poderá vê-lo até que os joelhos se dobrem e repliquem:
– Bendito o que vem em
nome do Senhor! (Lu 13:31-34)
- Silêncio! Silêncio!
Ao clamor, as linhas silenciam...
Ao clamor, as linhas silenciam...
_____________________
Nota:-
O texto fora composto através da ideia central do
pastor Jeremias Pereira em 13 de janeiro de 2013, via internet -
http://www.nazareno.com.br/igreja/midia/cultos_online/650/2012/06/culto_dominical_evangelho_lucas_pr_jeremias_pereira
Um comentário:
Meu Deus, gostei muito.
Que o Espírito Santo continue lhe dando sabedoria e entendimento para que as maravilhosas palavras continuem sendo escritas.
Paz Prof. Neto.
Postar um comentário