por Inajá Martins de Almeida
Final de ano. Outro se aproxima - 2018. Percebe-se no ar a grande batalha a se travar
por todos os lados. Contendas inimagináveis. Seriam os tempos que se
pronunciam? Tempos difíceis?
É quando um jovem anônimo,
a ocupar a platéia, desconhecido, solitário a pastorear ovelhas que, em pouco
tempo, vê a perspectiva de se tornar visível ante muitos, entra em cena, sai da platéia – ser o maior dentro
de sua casa, onde sua pouca idade, seu porte franzino o tornava o menor dentre
todos. É esse jovem que adentra o meu pensar. É esse jovem que me inspira as
linhas e as busco.
Longe dos nossos dias, o tempo, que o pode
predizer, nos dá a impressão de infinito. Horas contadas e multiplicadas aos
nossos anseios de afazeres. Hoje as tais não nos bastam.
Então?
O que teria mudado enfim?
Bom agora o jovem se apresenta quando o
profeta o busca.
- É você Davi, filho de Jessé, ademais, pastor
de ovelhas?
Era pois, o menino ungido rei que em breve travaria luta com o temível gigante - que a muitos derrubara.
Era o menino franzino, que logo estaria enredado com sentimentos torpes de ciúme, inveja, perseguição, fuga, a procurar refúgio em lugar seguro, junto a desconhecidos em semelhante situação.
Era o menino a levantar fracos,
párias anônimos e os tornar valentes dentre guerreiros a constituir a nação que ultrapassava
horizontes.
Era, pois o menino que aos poucos se transformava homem e encontrava sua Ziclague, pequena cidade perdida, desconhecida nalgum lugar
do deserto que se constituía reduto de fortes e valentes.
Era o menino, transformado homem, que nos apresentaria Ziclague.
Ziclague! Quando buscá-la? Em que momento vamos adentrar seu espaço e
transformar nossos fantasmas, nossas experiências desagradáveis – mágoas,
desgostos, palavras inoportunas – em gratidão, prazer, pela vida que se apresenta aberta
aos nossos melhores anseios?
Ziclague que não nos priva o choro, a amargura
do desamparo, do abandono, da perseguição, do ultrajo no íntimo.
Ziclague que celebra a restituição da perda
temporária – da paz, dos afetos, dos bens físicos e materiais.
Ziclague que ao recuperar perdas passadas, leva à partilha futura.
Parei e pensei: -
Como está minha Ziclague?
Como irei me comportar nestes 365 que se me apresentam 2018?
O menino que fora, homem se transformara. Rei exercera seu reinado de forma humana e humanitária. Agora, decorridos milênios, ainda é presente a nos presentear com a palavra de consolo ante, quem sabe - O PIOR DIA DE NOSSA VIDA!
Por que estás abatida, ó minha alma,
E por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda O louvarei.
Ele é a salvação da minha face e o meu Deus
Salmo 42.11
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