por Inajá Martins de Almeida
É conveniente colocar tecido novo em
roupa velha?
Tenho
pensado muito nessa parábola de Jesus em minha própria vida.
“
"Ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o
tecido da roupa e o rasgo aumenta”. (Mt 9:16)
Percebo o
quanto é difícil consertar um trabalho executado com agulhas, com linhas ou tecidos, cada qual a seu termo.
Gosto muito
de trabalhos manuais, vez ou outra me coloco no exercício, principalmente o
crochê; percebo assim, não ser possível tal prática – reformar um trabalho
executado. Corta-se a linha, estraga-se a peça, por fim, trabalho perdido –
tempo, material e a própria paciência, sem contar, claro, a decepção que advém
do fato.
Assim,
idealizamos o que nos seja conveniente e partimos a campo: - aquisição de material,
mão-de-obra (nós mesmos, quando possível), tempo, estresse, discussões. No
percurso da empreitada, podemos nos satisfazer com algumas aquisições – afinal
quanto de nossa vontade física e financeira dispôs nos preparativos para que
tal intento pudesse ser concretizado; quem sabe, meses, anos até.
O dia chega.
Esquecemos que é remendo sobre casa velha – casa, paredes, teto, móveis. Sem
pensar em nossa predisposição em perceber remendos necessários, até que, os
buracos começam dar sinais do tempo – buracos que o presente abre em
decorrência do passado - brechas que não
foram convenientemente fechadas, trabalhadas, quem sabe distante, ou aquém do
nosso alcance físico, emocional.
Assim, alguns
acabamentos são possíveis a resposta satisfatória, entretanto, a outros tantos
se faz necessário o descarte – uma tinta não poderia cobrir os danos causados
pela ferrugem, ainda que se colocasse produto adequado.
Quantas
vezes queremos adequar nosso caminhar ao nosso gosto e prazer, sabedores de que
somos roupas velhas, pelo tempo que já vivemos – trinta, quarenta, cinqüenta,
mais, quem sabe.
Percebemos,
então, que a Palavra nos alerta que ao homem fora dado um tempo limitado –
setenta anos. Porém, a ciência tem demonstrado que há possibilidade de
avançarmos em dias, mas não nos alerta como fazer isso. Como não deixar que os
remendos nos sobrevenham – cirurgias, doenças, administração de fármacos,
consultas médicas periodicamente, sem falar do emocional, estresse, desavenças e mais.
E percebemos
também que temos de conviver com distanciamentos, o tempo a nos privar de presenças
desejáveis; o próprio trabalho que a nós advém – seria tão necessário assim?
Seriam os tais remendos novos que tentamos colocar em
situações velhas e não sabemos chuleá-los, costurá-los e até arrematá-los?
Teríamos, pois que nascer de novo.
Teríamos, pois de buscarmos viver em novidade de vida.
Teríamos de buscar vestes novas e lançarmos em definitivo as vestes velhas.
Teríamos, pois de buscarmos viver em novidade de vida.
Teríamos de buscar vestes novas e lançarmos em definitivo as vestes velhas.
Bela reflexão sobre a Palavra. Jesus nossa roupa nova.
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