domingo, 15 de dezembro de 2013

DA ILUSÃO PARA A LUZ

texto de Inajá Martins de Almeida

Da janela, oitavo andar, avisto a paisagem. Prédios esguios se levantam. Luzes cortam a escuridão da noite. No céu não se vêem os luzeiros, apenas grossas nuvens carregadas.


Há pouco, ventos fortes fizeram-se ouvir à distância e pesada chuva derramou sua ira nas calçadas, invadindo espaços transbordando o córrego, que margeia bairros e região central, da bela cidade interiorana paulista – "Califórnia brasileira". Entretanto, pessoas dormem seu sono de morte. Mal percebem o sucedido. Pior, ainda, o que está por vir..

Carros, céleres, cortam o cruzamento. Na academia, o som elevado, da música estonteante, invade lares, sem ao menos pedir licença. No bar da esquina, pessoas à mesa, bebidas ao lado, risos frenéticos, vazios, inflamados, desconexos, não conseguem perceber os sinais que se apresentam.....


Eu penso: Quanta asnice! Quanta ilusão!i

Um carro acelerado passa desenfreado. Seu condutor, sem ao menos se aperceber, mantém exagerado som, que se faz ouvir a quarteirões de distância, quebrando o silêncio do avançado da hora. Todos correm para a luz do mundo. Para o falso brilho que este proporciona..

É tarde. No silêncio interior, volto, então, meus pensamentos, para meu Criador..

Há tempo atrás o mundo também me fascinava. Olhava para o brilho das luzes da cidade sem, contudo, me dar conta, que uma luz maior, iluminava meu caminho.

Casa, carro, bom emprego, parentes, amigos. Tanto conhecimento adquirido... As luzes do palco, os aplausos. Buscava, como tantos o estrelato, muito embora, não sendo artista dos palcos. Artista no cotidiano..

De repente, tudo se tornou ilusão. Nada mais fez sentido. A máscara caiu, descerrou o pano e tudo se tornou claro, como um dia de sol. A luz brilhou internamente, e fez nascer uma nova criatura. Passei a olhar para a luz, aquela que me iluminava e me senti pequena, perante a imensidão do universo..

Da janela, então, enquanto vislumbrava uma paisagem breve, as poucas luzes cintilando, um pedacinho de céu, escuro sem estrelas, sem luar, bem o sabia, que fora ali, cenários vários se apresentavam a outras pessoas..

Busquei meu Salvador. Vislumbrei Seu sacrifício, Suas chicotadas, Suas mãos perfuradas.

Olhei para o madeiro no alto do monte. Enquanto seu corpo – na vertical – erguia-se para o Pai, Suas mãos estendidas – na horizontal – desejava abraçar toda a humanidade..

Revivi suas dores, os escárnios dos que olhavam e blasfemavam. Senti Suas lágrimas, Sua tristeza de morte. Ouvi o som de Sua voz perdoar o pecador e, o colocar a Seu lado, na morada infinita. Mais ainda, em meio a tanta dor, a generosidade do Seu Espírito Imaculado suplicar:

- Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.

Breve silêncio... Como Bom Filho, entregar seu Espírito ao Pai, ao emitir o último som:.

– Está consumado..

Prostrei-me envergonhada, perante Seu imenso amor, ao mesmo tempo agradecida, por alcançar a luz do entendimento. Por ser alcançada pela luz do meu Redentor..


O mundo, lá fora, continua. O cenário é o mesmo. Nada mudou. Carros, sons ensurdecedores, academias, bares, mesas depositadas nas calçadas, risos, falas inflamadas: Futebol, seleção, novelas, carnaval, televisão, quanta religião. Enfim... Quanto engano... Quanta ilusão... Nada novo se apresenta apenas, aqui dentro, algo se transformou..

Olhei para a luz que brilha e que ilumina o artista. Não mais busquei ser artista, e sim ser a própria luz: ser o próprio brilho Daquele que emana a luz..

Antes, louca pela vida, pelos fugazes prazeres que ela pudesse me proporcionar, agora, depois desse encontro, real e verdadeiro, com Aquele que me deu a vida, que me mostrou o caminho....

Louca! Louca sim. Mas louca por Jesus!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

HERÓIS DE VERDADE O QUE FAZEM COM SEUS SONHOS?

texto de Inajá Martins de Almeida

Se uma leitura não nos toca. Não nos fala. Não nos transforma. Não nos informa. Não nos dá novos direcionamentos, porque a tal – leitura?

Um tema. Um texto. Um livro. Um autor. Um leitor. Reflexões podem nos inquirir. Podem nos aquietar. Podem nos levar ao desassossego. Porque também “há momentos em que tudo cansa até o que nos repousaria!” (Fernando Pessoa – O livro do desassossego” (1)).

Porém, leituras podem e devem nos trazer novas reflexões e passamos a discernir, a compor a trama que enredou nosso pensar.

Assim seguem: escritor e leitor. Heróis de verdade. Juntos. Mãos dadas. Pensamentos irmanados ao mesmo pensar compactuam as falas. As prosas. Os versos.

Quantas vezes é a teia da aranha que nos enreda. Que nos seduz. Que nos envolve. O dia-a-dia falaz. As máscaras – quantas. E, quantas são às vezes em que abdicamos do nosso ser e nos perdemos no ter, quanto mais no estar.

Casas imensas. Labirintos. Perdem-se por entre corredores tortuosos, nossos sonhos. Paredes se entreolham.  Frias – nada dizem. Janelas, ricamente ornadas por cortinas, não permitem o vislumbrar da paisagem bucólica que a natureza premia diariamente, no contexto gracioso da grande Obra Divina.

Carros que dão “água na boca” quando se percebe suas linhas aéreas, futurista. Distante de nossas posses, nosso desejo divaga e cria perspectivas distantes, tão distantes, quanto distantes permanecem os que se encontram tão próximos.  Sonhos fracionados. Divididos de forma desigual. Interesses distantes distanciam os próximos.     

Novas tecnologias abreviam tempo e espaço. Tornam próximos os que se encontram distantes. Distanciam os que próximos se encontram. Contra-senso.  Era virtual. Era real. Era tecnológica. Muitos correm de um lado para o outro. O conhecimento se multiplica. O que nos aguarda o tempo, afinal? Daniel encerra as palavras num livro. Aguarda o tempo. Tempo, ao seu tempo há de cumprir.   (Dn 12:4)

Entretanto, entre os devaneios das linhas quantos são os que podem perceber que os sonhos se iniciam por meio de desejos e vontade em realizá-los.

Era Jacó que teve um sonho. Uma pedra lhe servia de travesseiro. Herói de verdade não se importava com a condição momentânea e observava a escada que se apoiava na terra, mas que seu topo alcançava os céus. Anjos subiam e desciam por ela. (Gn 28:12) É a Palavra que relata o sonho de um herói do passado. Agarrava-se ao anjo e solicitava a concretização de seu sonho. Jacó sonhava o sonho de Deus.

Somente Deus sabe dos planos para nós. Os pensamentos que detém sobre nós. Pensamentos de paz e não de mal, para que possamos atingir o sonho almejado. (Je 29:11)

E lá vem outro sonhador. José – filho de Jacó. Um dos mais jovens de vasta família, como almejar pudera ser o herdeiro da primogenitura, quando a escravidão o aguardava. Porém, a cisterna não lhe fora obstáculo, tão pouco celas por que passara, antes, ao sonhador, bastava o sonho da promessa: os maiores se curvariam ao menor. E se torna administrador da maior parte do grande império da época.

E é outro José que em sonho lhe é revelado acolher Maria, a quem conceberia pelo Espírito Santo. (Mt 1:20)    

Herói de verdade. Diante de Ti todo joelho se dobra e toda língua confessa que és Deus. (cf. Rm 14:11)

Heróis de verdade que não se importam se suas raízes se forjam entre linhas ou contas e passam a compor monumentais trabalhos que registram fatos históricos. Usam areia, cimento e tijolos e em edificações se projetam, ganham o sustento, embalados ao fole da sanfona.

Heróis de verdade que tem conhecimento de que os velhos sonharão; os filhos e filhas profetizarão e que os jovens terão visões, pois o profeta Joel alertara (Jl 2:28)

Heróis de verdade que, ainda que não se apartem da transmissão do conhecimento necessário que os tempos modernos impõem, possam agregar valores impagáveis – a formação do caráter. Que não se deixam vencer pelo mal, mas o vencem através do bem. (cf. Rm 12:21)

Heróis de verdade que possam assumir os próprios erros e não se eximir dos tais. Aliás, herança do paraíso distante que insiste em permanecer presente.  Fora a mulher que me deste por companheira. Quem sabe a cobra! Desta feita, perdendo-se no paraíso, o sentido de se tornar heróis de verdade – homem e mulher. Varão e varoa.

Heróis de verdade, que possam olhar para os próprios erros e se observar como espectador no grande teatro da vida.

Será que nos aprovaríamos? Será que continuaríamos a nos sentir heróis?

Heróis de verdade que possam observar a própria incompetência da auto-estima denegrida por uma sociedade que busca, na hipocrisia, subterfúgios para se omitir o que realmente seja o ser, o ter e estar.

Cada qual com sua conotação. Há que ser, quando na realidade não se é. Há que ter, quando não se tem. Quanto mais estar, quando na realidade não se deseja estar. Mundo de aparência. Busca-se incessantemente “parecer”. Cópias de astros influentes na mídia, quando na realidade o que deveríamos ter em mente são as orientações do apóstolo Paulo quando a dizer:

“Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.” (1Co 11:1)

Importante parecer com alguém de sucesso. O parecer de alguém me faz mais importante. Quanto engano! Parece que sou! Parece que tenho! Parece que estou! Entretanto, ao que parece não se é, não se tem e quem sabe até não se está.

Mentir. Mentir. Mentir se tornou sustentáculo de uma sociedade corporativa. Nossos antepassados, quem sabe nossos pais, avós, sentir-se-iam lesados ante os valores invertidos. Até nos advertiriam para que não nos conformássemos e não nos rendêssemos a eles, antes nos transformássemos para que pudéssemos fazer a diferença e a vontade do Pai. (Rm 12:2)

Quantos se rendem às fraquezas: aplauso, aceitação e segurança. Quanto mais ao padrão  imposto pela sociedade de que é preciso: sucesso, felicidade, consumismo, “fazer do jeito certo”. Entretanto, o sucesso, a felicidade e o consumo, são atributos peculiares a cada indivíduo. Não há como imaginar uma regra que possa ser imposta a não se cometer erro.

Heróis de verdade. O que fazem com seus sonhos para se tornarem, afinal Heróis de Verdade?

Mentem? Forjam? Pensam mais no próprio querer egoísta, em detrimento ao pensar sábio pela fé que Deus a cada qual disponibiliza?

Ou...

Heróis de verdade que se transformam, para provar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (cf Rm 12:2,3)

Heróis de verdade que combatem o bom combate incessantemente. Guardam a fé. E podem com convicção plena declarar:

“A coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. (2Ti 4: 7,8)

Heróis de verdade sabem quem é a videira e quem são os ramos. E sonham...

Heróis de verdade sabem que sem Deus nada podem fazer. (Jo 15:1,8) E transformam sonhos em realidade. 

________________________

O texto fora escrito sob inspiração a partir da leitura, via internet, da entrevista concedida a   Camilo Vannuchi pelo psiquiatra,  escritor e conferencista Dr. Roberto Shinyashiki.

Acesse o link e leia toda a entrevista

A partir de então, as linhas  fluíram. Nova conotação foi apresentada. Textos bíblicos incorporados. 

Heróis de Verdade, o livro, não fora lido por esta que escreve, mas a entrevista dá uma pincelada do que possa ser o tal.

Amei estar aqui. Amei compartilhar estas linhas. 
Agradecida sou a Deus por este momento. 
Boa leitura.
A tantos quantos chegarem aqui meu muito obrigada.  

Inajá Martins de Almeida



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A FALTA DE VINHO NAS BODAS

Texto de Inajá Martins de Almeida 
Jo 2:1,12


Parecem-me incrível como as interpretações dos textos bíblicos me surpreendem. 

Momento há em que leio, releio, esbarro em palavras e o entendimento não me satisfaz. Dou um tempo e retomo...

Era Jesus o convidado a uma festa de casamento.

A mente me vem Jesus passando seguido por grande multidão. Curiosos? Desocupados? Enfermos em busca de cura? Quem sabe. Somente sei que:

Jesus passava e grande multidão o seguia.

Jesus passava e curava a mulher hemorrágica.

Jesus passava e convidava profissionais da pesca a serem pescadores de almas.

Jesus passava e ordenava ao cobrador de impostos a descer

Jesus passava ante o tanque de Betesda e enfermo levantava-se da maca

Jesus passava por Betsaida e o cego passa a ver homens não mais como árvores.

Jesus passava... Curava. Expulsava demônios. Dava vista aos cegos. Ressuscitava mortos. 

Jesus passava... Quantas vezes. Apenas passava!

Mas ali, naquela casa, havia uma festa. Um casamento. Era ele o convidado – Ele e seus discípulos.

Aquelas pessoas conheciam Jesus. Tinham pleno conhecimento daqueles que compactuavam seus ideais, ao ponto de todos serem convidados, mas, não se faz menção aos noivos. Seus nomes, desconhecidos são. Entretanto, aquela “comitiva”,  ali estava também.  

A Palavra nos exorta sobre uma festa em certa casa na Galiléia. Muita alegria. Muito vinho. Sua hora ainda não chegara. Todos haveriam de ver os sinais prementes.  Jesus há que entrar em cena através de sua mãe.

- O vinho acabou.

Quantas vezes em meio a alegria, agitação, música, muitas pessoas a rirem, zombarem, cantarem, acaba o vinho. Alegria se vai.  

Era Jesus que estava na casa, mas a alegria, o vinho não os deixava perceber, até que...

- O vinho acabou. Eles não têm mais vinho.  

O convidado estava na festa. Logo ele seria o centro da festa. Logo teria o controle da festa.

"Depois disso desceu ele a Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos..." 

Sua glória fora manifestada. Era o sinal que se aguardava. Era o sinal necessário para se fazer crer. E eles creram.

Qual o sinal que necessitamos em nossas vidas? Cada qual pode consultar seu coração.

É isso que ele nos pede. Não O termos apenas como convidado em nossas vidas, mas que seja Ele o ponto central de nosso viver - o viver com Cristo e em Cristo. 

"Desperta tu que dormes
e levanta-te dos mortos
e Cristo brilhará sobre ti.

Olhai cuidadosamente
como andais:
não como tolos,
mas como sábios.

Resgatai o tempo...
Os dias são maus.

Não sejais insensatos
Mas entendais 
qual é a vontade do Senhor.

E não vos embriagueis
com o vinho,
onde há contendas
mas, enchei-vos do Espírito..."

Efésios 5:14,18

Que nossas festas sejam diariamente regadas com vinho da mais fina procedência - Jesus Cristo.

Que possamos salmodiar e agradecer ao Pai, em nome do seu filho Jesus Cristo, todos os nossos dias.


________________________________

Nesta manhã fora a pregação do pastor Willian Sodré que me vem trazer um toque especial.
Era o povo sem rei. O povo que clamava por um rei.
A mim, o vinho, a transformação deram ênfase as linhas. 
Obrigada Senhor por este momento ímpar.
Acompanhem a mensagem do pastor. 
    


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

SOSSEGAI! OH! MAR REVOLTO...

Texto de Inajá Martins de Almeida
através do texto Marcos 35-41


“Passemos para a outra margem”.

Surpreendo-me com palavras soltas. Vezes há em que me observo tempo prolongado a esmiuçar única palavra. Quedo-me em conjeturas. E volta-me em pensamento Fernando Pessoa e encanta-me:

“Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma”.

Eis que “passemos”, detém-me. Absorve meus sentidos. Estanco. Rendo-me. Extasio-me. Procuro por significados. Eles me quedam ainda mais em pensar:

– Atravessar. Transpor. Deixar atrás.

Mais além:

– Mudar de situação. Mudar de lugar. Ir mais longe. Não ser permanente.

Aqui é ao dicionário que me rendo – não ser permanente – e posso por breve instante filosofar, quando:  

Se permanecer nos remete a permanência sem interrupção nem mudança, logo o não ser permanente nos remete às mudanças. Portanto... – “Passemos”.

Seja o que for...  – “há que passar...”

 Jesus ensinava através de parábolas. O entendimento era tal que podiam entender. Era à multidão que se dirigia. Jesus passava... Grande multidão O seguia.

Eis a questão!

No barco os discípulos. Em particular, eram instruídos.

Eis que se fizera tarde. À multidão o alimento fora compartilhado. Restava a “outra margem”. Entrar no barco – assim como estava. Assim como estavam.

Jesus dormia. Grande tempestade se levanta. Ventos fortes inflamam as ondas. Barcos arremessam-se desnorteados sobre as águas revoltas. Tempestade avassaladora a encher de pânico e terror seus convivas.

Jesus é advertido pelos tripulantes:

– “Não te importa que pereçamos?”

Há pouco grande multidão. Parábolas. O ensinamento em particular. Agora o momento de colocar em prática. Marchar contra as forças espirituais. Fazer valer a fé...

– “E o meu justo viverá pela fé”.

Convencidos estavam ante as palavras de Jesus. Grande multidão. O caminhar com aquele que exercia grande poder e fascínio. Os holofotes. O palco. Deslumbrantes sinais.  Todavia, não convertidos ante as Palavras de que a eles fora dado o direito, em Seu Nome, aquietar mar revolto; os bastidores provocavam temor. A timidez os acanhava.

– “Acalma-te, emudece!”.  

Jesus estava no barco. Eles possuídos de grande temor se entreolhavam, buscavam entender:

– “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”

Foram chamados a pescar almas – obedeceram. Foram convidados a caminhar com aquele homem – caminharam. Foram convidados a passar para outra margem – passaram. Mas, a velha criatura ainda os acompanhava. Era-lhes necessário nascer das Águas.

Caminhavam com Jesus. Não O conheciam...

E a nós...?

Jesus encontra-se em nosso barco? Jesus em nosso barco nos faz repousar? Quando as águas quiserem nos sufocar, podemos a elas dizer:
– sossegai? Se ondas revoltas do mar, trevas tenebrosas nos céus, vierem nos levar ao desespero e pavor, podemos adentrar nosso interior e declarar: – sossegai?

Passemos. Não estanquemos ante as tempestades que nos advém. Jesus nos alertou das tais: –


“No mundo tereis aflições... “.

“Acalma-te! Emudece!”.

___________________________________

Nesse domingo - 03/11/2013 - era a Igreja do Nazareno em São Carlos que adentrava.
O louvor aquietava minh'alma. Falava profundamente em meu coração. Dava-me alento. Sossegava meu ser em mar revolto. 
As palavras do pastor Nivaldo vieram então me levar a outra margem sabendo que Jesus está no barco e que a tempestade vem, mas ela se aquieta ao som de seu - Acalma-te... 

Inajá Martins de Almeida

Igreja do Nazareno no Facebook
https://www.facebook.com/pages/Igreja-do-Nazareno-S%C3%A3o-Carlos/223016217771410?fref=ts
_________________________________

Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão...

acompanhe texto e coral com a música Sossegai. Lindíssima mensagem...


http://www.youtube.com/watch?v=pwF-TGT-S8s

__________________________

domingo, 27 de outubro de 2013

A MULHER ANTE A CONDENAÇÃO

Texto de Inajá Martins de Almeida

Nos arredores do templo, grande tumulto. Vozes. Gritos. Uma Mulher. Vergonha. Humilhação. Escárnio. O adultério flagrante gera a confusão. 

Um homem. O alvo. Letras tecidas a terra, demonstram mansidão ante o fato iminente.

Escribas e fariseus apontam à mulher. A Lei deveria ser aplicada. O apedrejamento – a sentença. A condenação brutal ao menos passara pelo crivo do júri. Era a mulher. 

Mas... Onde o homem? O parceiro? Quiçá encontrá-lo! Não se cogita. Não se faz menção. Percebe-se o levante do Édem:

- A mulher que me deste por companheira...

Agora vozes, nos arredores do templo, em uníssono, gritam. Proclamam. Acusam. Continuam acusar... Um homem na terra escreve, absorto em seu universo. Até que...  

Segue-se o silêncio. Sepulcral silêncio. Olhares. Pensamentos de condenação.  Quando um olhar, olhar de justiça, encontra olhares de acusação.  É quando a voz mansa, suave, firme, impoluta,  esparge uma sentença:

- Aquele entre vós que esteja sem pecado, seja o primeiro em atirar a pedra.

E volta a tecer. Agora a terra compactua fios tecidos. A trama que só ela pode desenredar entre os fios sublimares. Enigmática mensagem. 

E o olhar se volta. Um a um deixa o palco acusatório. Algozes vorazes. Os mais velhos primeiro, seguidos dos mais jovens. Cabisbaixos afastam-se do fórum que improvisado fora às pressas. 

- Mulher! Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?

- Ninguém...  Senhor!

- Pois nem eu te condeno. 

Seguem-se questões. Conclave. De um lado acusadores incautos. Imprudentes insensatos. De outro um homem -  a luz do mundo. Aquele que viera para libertar o cativo em cativeiro. Ser um com o Pai. O alfa e o ômega. O princípio e o fim. Um homem, o Filho do Homem, testificava ser verdadeiro o seu juízo.

Não podiam, aqueles "sepulcros caiados", falsos doutores da Lei,  fátuos, conhecerem o Pai. Não podiam, ao menos, reconhecerem aquele que lhes falava. Que se apresentava em carne. O entendimento dúbio lhes cegara a visão. O poder - pesada indumentária os denunciava - entorpecia suas audições. Só não lhes tolhia mentes e palavras que, torpes, infundadas, saltavam-lhes boca, em ríspidas conjeturas.    

Diziam-se sabedores das Escrituras, intérpretes da Lei. Mas, em verdade, não eram capazes da  interpretação:

- “Não seriam confundidos os que nele esperavam”, registrava o profeta Isaias.  Liam, entretanto, não digeriam. Não aplicavam-se à leitura. Insensatos. Pobres miseráveis.

Entretanto, à mulher, eis que aquele homem, coloca um caminho em seu deserto.

“Eis que todos os que inflamaram contra ti serão envergonhados e humilhados, e os que se opõem contra ti serão como nada, e perecerão”.  

Volta a baila o profeta Isaias. Jesus jamais se furta às Escrituras e torna presente o que dele se escrevera.

Será que à mulher fora dado conhecer as entrelinhas do texto? Fora instruída na Lei? Apenas, acuada como animal, encolhe-se. Queda-se por terra.  Aguarda pela sentença derradeira.

“Não temas! Estou contigo! Não te apavores! Sou teu Deus! Eu te fortaleço! Eu te ajudo! Eu te sustento com a destra da minha justiça... Tu és minha serva. Eu te escolhi. Não te rejeitei”.

"Saiba que irei adiante de ti, e aplainarei os lugares montanhosos; arrebentarei as portas de cobre, e arrancarei os ferrolhos de ferro. Te darei os tesouros escondidos, riquezas ocultas, para que saibais que eu sou o Senhor... Aquele te chama pelo ” teu nome”.

Tudo fora previamente registrado. Nada se furtara ao profeta que pode confessar "aí de mim, porque sou um homem de lábios impuros e vivo entre um povo  de impuros lábios, e meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos... Eis-me aqui, envia-me a mim..."

Era o profeta Isaias que podia registrar a vinda do Messias. Nada se ocultara. A nação fora eleita. Mas... - "Será levada para o exílio, por lhe faltar entendimento; seus nobres serão homens famintos; e sua multidão se secará de sede".

Nada passara em branco àquele Homem.

- Vai! E não peques mais...

Agora a mulher sabe. Agora ela pode se levantar.   A mulher se levanta.  Agora as pedras a Ele são direcionadas. Calmamente se afasta para os montes.

Conclui-se o primeiro ato. Descerra-se a cortina do palco. Teatro em transe. Platéia em silêncio aguarda.

Eis que Jesus se reclina à mesa, em casa de certo fariseu. O tempo é passado. O cenário se compõe. A casa de Simão revela surpresas. Uma certa mulher pecadora aguarda a visita. Prepara-se para o momento. Consigo valiosíssimo vaso de alabastro.

Prostrada, a Jesus, unge seus pés com nardo fino. Molha-os com suas lágrimas. Pode enxugá-los com seus cabelos. Atitude reprovada pelo fariseu, que a tudo observa e O  repreende, como falso profeta que o julga ser.

Jesus também observa. Comenta. Agora, é a Simão que repreende. À mulher, perdoados são seus pecados.

-“Tua fé te salvou. Vai-te em paz”.

Reconhece? Seria a mesma mulher?

E nos nossos tempos. Podemos encontrar Madalenas? Marias? Tantas!...

Mulheres que se despem do seu melhor e se entregam a sonhos? Quantos falsos sonhos embalam corpos de criança em mentes envelhecidas pelo cansaço e enfado! Sonhos de mulheres. Sonhadoras mulheres. Mulheres reprimidas. Represadas. Amarguradas. Mulheres que guardam nardos finíssimos e os entregam de bom grado, sem perceber, quantas vezes, possa ser a entrega desastrosa. Dramática. Trágica quem sabe.  Quantas vezes... Até quando? 

Mulheres que se contentam com migalhas que caem da mesa. Alimentam-se como os cachorrinhos. De migalhas apenas.  Poucos contos de fada com final feliz: - E casaram-se e viveram felizes para sempre...

Não a esta mulher que a Palavra registra. Quem sabe anos de licenciosidade! Anos de abuso! Anos de desprezo!  Anos de humilhação! Anos de servidão! Anos de escravidão. Mas havia o nardo. A esperança.

Podemos reconhecer mulheres nessa situação? Quantas... Quem sabe nas ruas. Nas esquinas. Humilhadas. Nos lares. Quem sabe em templos.

Mulheres que retém lágrimas. Embasam nardos.

O segundo ato anseia pelo terceiro. No palco as cortinas ante silêncio,  retornam a sua função e se fecham. 

Agora é o sepulcro.

Mulheres silentes, chorosas. Passos lentos,  caminham. Mulheres. Apenas mulheres. 

Mulheres que não se importam com a pesada  pedra a ser removida. Mulheres que preparado tinham as vestes brancas de linho. O vaso de perfume. Mulheres que serviam para ungir e embalar aquele corpo inerte atrás da pesada pedra.

A pedra tinha de ser removida. A pedra fora removida. 

Mulheres que encontram removida a pedra. Mulheres que podem encontrar as pedras de seus sepulcros, removidas.  Mulheres que podem se olhar e se enxergarem mulheres. Ditosas mulheres. “Mariazinhas”.  Mulheres que ao buscar pelo morto, O encontra vivo.

Mulheres resgatadas da condenação pelo sangue do cordeiro. Alcançadas pela Graça.

- “Está consumado”.

Era necessário que o Filho do Homem fosse entregue nas mãos de pecadores. Crucificado,  para que, ao terceiro dia, ressuscitasse. A mensagem aclarava suas mentes confusas. Em júbilo podiam partir e avisar os onze.

Eram as mulheres que testificavam e proclamavam os fatos. Mulheres. Curadas. Revigoradas. Dignificadas. Entre elas Maria Madalena.

- “Vai e não peques mais”.    

No palco a cena derradeira. O terceiro ato conclama:

Mulheres Virtuosas. Que vestem suas casas de púrpura. Mulheres que se vestem com linho puro. Mulheres. Simplesmente mulheres. 



"Portanto, agora nenhuma condenação há 
para os que estão em Cristo Jesus.

Que não andam segundo a carne, 
mas segundo o Espírito... 

Espírito de vida, em Cristo Jesus 
que nos livra da lei do pecado e da morte... "

Rm 8

_________________________________



O texto fora composto sob a ótica da autora, Inajá Martins de Almeida, 
mediante a mulher pega em flagrante adultério 
João 8 e outras passagens Bíblicas.
Vale conferir todas as citações passadas e incluídas nas entrelinhas do texto.




sexta-feira, 25 de outubro de 2013

QUANDO EU QUERO FALAR COM DEUS

Nossas dores. Nossos sofrimentos não são maiores do que a grandiosidade de Deus. Deus é Pai. Amoroso. Complacente. Precisamos olhar para os montes. Nosso socorro vem do Senhor! 

É Ele que nos prepara uma mesa, diante dos nossos adversários. Não permite que nossos pés vacilem. Guarda-nos em nossa entrada e em nossa saída. 

Os céus proclamam Sua glória. O firmamento anuncia as obras das Suas mãos.

É Ele que nos responde no dia de nossa angústia. Restaura nossa alma. Nossa força e nosso escudo Ele é. Não permite que nossos inimigos se alegrem sobre nós. 

Consola-nos, quando a noite nos traz o choro. Alegra-nos com a chegada da manhã. Deus! Nosso refúgio e fortaleza. Socorro imediato das nossas aflições. Sustentá-nos quando nosso fardo a Ele lançamos.  Somente nEle, nossa alma silenciosa pode esperar.

Pai de órfãos. Juiz de viúvas. Aquele que pode reunir o solitário em família. Libertar os prisioneiros com cânticos. 

Podemos clamar. Ele nos ouvirá. Ao lugar secreto irá nos fazer habitar, pois Altíssimo é. Descansar à Sua sombra. Perceber que não seremos atingidos, ainda que mil possam cair ao nosso lado. Ele conhece o pensamento do homem. E assim, não poderá rejeitar seu povo, nem desamparar sua herança. 

Ele reina. Ele está vestido de majestade. Renova nossa vida, de acordo com a Sua Palavra - lâmpada para nossos pés e luz para o nosso caminho.

Cerca-nos por trás e pela frente. Guia-nos pelo caminho eterno. Revive-nos. Livra nossa alma da tribulação. Sustém a todos os que estão a cair. Levanta a todos os que estão caídos. Perto está de todos aqueles que O chamam. Que O invocam em verdade. 

Ele é que estabelece a paz em nossas fronteiras. Quem do mais fino trigo nos farta. 

Louvemos o nome do Senhor. Só seu nome é excelso. Sua glória acima da terra e do céu. Louvemos ao Senhor!

________________________________

Texto composto através dos Salmos. Muito ensinamento. Muito aprendizado. Poucas palavras apenas nestas linhas dentre os 150 capítulos. 
A música, a letra e a interpretação de Roberto Carlos exprimem o quanto podemos falar com Deus e Ele nos responder
Inajá Martins de Almeida
______________________
   





Quando eu quero falar com Deus eu apenas falo

Quando eu quero falar com Deus às vezes me calo.

E elevo o meu pensamento.

Peço ajuda no meu sofrimento

Ele é Pai, Ele escuta o que pede o meu coração
Quantas vezes eu falando com Deus desabafo e choro
E alívio pro meu coração eu a Ele imploro
E então sinto a sua presença
Seu amor, sua luz tão intensa
Que ilumina o meu rosto e me alegra em minha oração
Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz
Deus é pai, Deus é luz
Deus nos fala que a ele se chega seguindo Jesus
É tão lindo falar com Deus em qualquer momento
Deus que vê uma folha que cai e é levada ao vento
Não existe onde ele não esteja
Ele pode escutar nossa voz
Deus no céu, Deus na Terra, aonde seja, está dentro de nós
Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz
Deus é pai, Deus é luz

Deus nos fala que a ele se chega seguindo Jesus





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...