texto de Inajá Martins de Almeida
Se
uma leitura não nos toca. Não nos fala. Não nos transforma. Não nos informa.
Não nos dá novos direcionamentos, porque a tal – leitura?
Um
tema. Um texto. Um livro. Um autor. Um leitor. Reflexões podem nos inquirir.
Podem nos aquietar. Podem nos levar ao desassossego. Porque também “há momentos em que tudo cansa até o que nos
repousaria!” (Fernando Pessoa – O livro do desassossego” (1)).
Porém,
leituras podem e devem nos trazer novas reflexões e passamos a discernir, a
compor a trama que enredou nosso pensar.
Assim
seguem: escritor e leitor. Heróis de verdade. Juntos. Mãos dadas. Pensamentos
irmanados ao mesmo pensar compactuam as falas. As prosas. Os versos.
Quantas
vezes é a teia da aranha que nos enreda. Que nos seduz. Que nos envolve. O
dia-a-dia falaz. As máscaras – quantas. E, quantas são às vezes em que abdicamos
do nosso ser e nos perdemos no ter, quanto mais no estar.
Casas
imensas. Labirintos. Perdem-se por entre corredores tortuosos, nossos sonhos.
Paredes se entreolham. Frias – nada
dizem. Janelas, ricamente ornadas por cortinas, não permitem o vislumbrar da
paisagem bucólica que a natureza premia diariamente, no contexto gracioso da
grande Obra Divina.
Carros
que dão “água na boca” quando se percebe
suas linhas aéreas, futurista. Distante de nossas posses, nosso desejo divaga e
cria perspectivas distantes, tão distantes, quanto distantes permanecem os que
se encontram tão próximos. Sonhos
fracionados. Divididos de forma desigual. Interesses distantes distanciam os
próximos.
Novas
tecnologias abreviam tempo e espaço. Tornam próximos os que se encontram
distantes. Distanciam os que próximos se encontram. Contra-senso. Era virtual. Era real. Era tecnológica.
Muitos correm de um lado para o outro. O conhecimento se multiplica. O que nos
aguarda o tempo, afinal? Daniel encerra as palavras num livro. Aguarda o tempo.
Tempo, ao seu tempo há de cumprir. (Dn
12:4)
Entretanto,
entre os devaneios das linhas quantos são os que podem perceber que os sonhos se
iniciam por meio de desejos e vontade em realizá-los.
Era
Jacó que teve um sonho. Uma pedra lhe servia de travesseiro. Herói de verdade
não se importava com a condição momentânea e observava a escada que se apoiava
na terra, mas que seu topo alcançava os céus. Anjos subiam e desciam por ela.
(Gn 28:12) É a Palavra que relata o sonho de um herói do passado. Agarrava-se
ao anjo e solicitava a concretização de seu sonho. Jacó sonhava o sonho de
Deus.
Somente
Deus sabe dos planos para nós. Os pensamentos que detém sobre nós. Pensamentos
de paz e não de mal, para que possamos atingir o sonho almejado. (Je 29:11)
E lá
vem outro sonhador. José – filho de Jacó. Um dos mais jovens de vasta família,
como almejar pudera ser o herdeiro da primogenitura, quando a escravidão o
aguardava. Porém, a cisterna não lhe fora obstáculo, tão pouco celas por que
passara, antes, ao sonhador, bastava o sonho da promessa: os maiores se
curvariam ao menor. E se torna administrador da maior parte do grande império
da época.
E é outro
José que em sonho lhe é revelado acolher Maria, a quem conceberia pelo Espírito
Santo. (Mt 1:20)
Herói
de verdade. Diante de Ti todo joelho se dobra e toda língua confessa que és Deus.
(cf. Rm 14:11)
Heróis
de verdade que não se importam se suas raízes se forjam entre linhas ou contas
e passam a compor monumentais trabalhos que registram fatos históricos. Usam areia,
cimento e tijolos e em edificações se projetam, ganham o sustento, embalados ao
fole da sanfona.
Heróis
de verdade que tem conhecimento de que os velhos sonharão; os filhos e filhas
profetizarão e que os jovens terão visões, pois o profeta Joel alertara (Jl
2:28)
Heróis de verdade que, ainda que não se apartem da transmissão do conhecimento necessário que os tempos modernos impõem, possam agregar valores impagáveis – a formação do caráter. Que não se deixam vencer pelo mal, mas o vencem através do bem. (cf. Rm 12:21)
Heróis
de verdade que possam assumir os próprios erros e não se eximir dos tais.
Aliás, herança do paraíso distante que insiste em permanecer presente. Fora a mulher que me deste por companheira.
Quem sabe a cobra! Desta feita, perdendo-se no paraíso, o sentido de se tornar
heróis de verdade – homem e mulher. Varão e varoa.
Heróis
de verdade, que possam olhar para os próprios erros e se observar como
espectador no grande teatro da vida.
Será
que nos aprovaríamos? Será que continuaríamos a nos sentir heróis?
Heróis de verdade que possam observar a própria incompetência da auto-estima denegrida por uma sociedade que busca, na hipocrisia, subterfúgios para se omitir o que realmente seja o ser, o ter e estar.
Cada
qual com sua conotação. Há que ser, quando na realidade não se é. Há que ter,
quando não se tem. Quanto mais estar, quando na realidade não se deseja estar.
Mundo de aparência. Busca-se incessantemente “parecer”. Cópias de astros
influentes na mídia, quando na realidade o que deveríamos ter em mente são as
orientações do apóstolo Paulo quando a dizer:
– “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.”
(1Co 11:1)
Importante
parecer com alguém de sucesso. O parecer de alguém me faz mais importante.
Quanto engano! Parece que sou! Parece que tenho! Parece que estou! Entretanto,
ao que parece não se é, não se tem e quem sabe até não se está.
Mentir.
Mentir. Mentir se tornou sustentáculo de uma sociedade corporativa. Nossos
antepassados, quem sabe nossos pais, avós, sentir-se-iam lesados ante os
valores invertidos. Até nos advertiriam para que não nos conformássemos e não nos
rendêssemos a eles, antes nos transformássemos para que pudéssemos fazer a
diferença e a vontade do Pai. (Rm 12:2)
Quantos
se rendem às fraquezas: aplauso, aceitação e segurança. Quanto mais ao
padrão imposto pela sociedade de que é
preciso: sucesso, felicidade, consumismo, “fazer
do jeito certo”. Entretanto, o sucesso, a felicidade e o consumo, são atributos
peculiares a cada indivíduo. Não há como imaginar uma regra que possa ser
imposta a não se cometer erro.
Heróis
de verdade. O que fazem com seus sonhos para se tornarem, afinal Heróis de
Verdade?
Mentem? Forjam? Pensam mais no próprio querer
egoísta, em detrimento ao pensar sábio pela fé que Deus a cada qual disponibiliza?
Ou...
Heróis de verdade que se transformam, para provar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (cf Rm 12:2,3)
Heróis de verdade que combatem o bom combate
incessantemente. Guardam a fé. E podem com convicção plena declarar:
– “A coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a
todos os que amarem a sua vinda”. (2Ti 4: 7,8)
Heróis de verdade sabem
quem é a videira e quem são os ramos. E sonham...
Heróis de verdade sabem que
sem Deus nada podem fazer. (Jo 15:1,8) E transformam sonhos em realidade.
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O texto fora escrito sob inspiração a partir da leitura, via internet, da entrevista concedida a Camilo Vannuchi pelo psiquiatra, escritor e conferencista Dr. Roberto Shinyashiki.
Acesse o link e leia toda a entrevista
Acesse o link e leia toda a entrevista
A partir de então, as linhas fluíram. Nova conotação foi apresentada. Textos bíblicos incorporados.
Heróis de Verdade, o livro, não fora lido por esta que escreve, mas a entrevista dá uma pincelada do que possa ser o tal.
Amei estar aqui. Amei compartilhar estas linhas.
Agradecida sou a Deus por este momento.
Boa leitura.
A tantos quantos chegarem aqui meu muito obrigada.
Inajá Martins de Almeida
Agradecida sou a Deus por este momento.
Boa leitura.
A tantos quantos chegarem aqui meu muito obrigada.
Inajá Martins de Almeida
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