Texto de Inajá Martins de Almeida
através do texto Marcos 35-41
“Passemos para a outra
margem”.
Surpreendo-me com palavras soltas. Vezes há em que me
observo tempo prolongado a esmiuçar única palavra. Quedo-me em conjeturas. E
volta-me em pensamento Fernando Pessoa e encanta-me:
– “Quem não vê bem uma
palavra, não pode ver bem uma alma”.
Eis que “passemos”, detém-me. Absorve meus sentidos.
Estanco. Rendo-me. Extasio-me. Procuro por significados. Eles me quedam ainda
mais em pensar:
– Atravessar. Transpor. Deixar atrás.
Mais além:
– Mudar de situação. Mudar de lugar. Ir mais longe. Não ser
permanente.
Aqui é ao dicionário que me rendo – não ser permanente – e
posso por breve instante filosofar, quando:
Se permanecer nos remete a permanência sem interrupção nem
mudança, logo o não ser permanente nos remete às mudanças. Portanto... –
“Passemos”.
Seja o que for... –
“há que passar...”
Jesus ensinava
através de parábolas. O entendimento era tal que podiam entender. Era à
multidão que se dirigia. Jesus passava... Grande multidão O seguia.
Eis a questão!
No barco os discípulos. Em particular, eram instruídos.
Eis que se fizera tarde. À multidão o alimento fora
compartilhado. Restava a “outra margem”. Entrar no barco – assim como estava. Assim
como estavam.
Jesus dormia. Grande tempestade se levanta. Ventos fortes
inflamam as ondas. Barcos arremessam-se desnorteados sobre as águas revoltas. Tempestade
avassaladora a encher de pânico e terror seus convivas.
Jesus é advertido pelos tripulantes:
– “Não te importa que
pereçamos?”
Há pouco grande multidão. Parábolas. O ensinamento em
particular. Agora o momento de colocar em prática. Marchar contra as forças
espirituais. Fazer valer a fé...
– “E o meu
justo viverá pela fé”.
Convencidos estavam ante as palavras de Jesus. Grande
multidão. O caminhar com aquele que exercia grande poder e fascínio. Os
holofotes. O palco. Deslumbrantes sinais.
Todavia, não convertidos ante as Palavras de que a eles fora dado o
direito, em Seu Nome, aquietar mar revolto; os bastidores provocavam temor. A
timidez os acanhava.
– “Acalma-te,
emudece!”.
Jesus estava no barco. Eles possuídos de grande temor se
entreolhavam, buscavam entender:
– “Quem é este que até
o vento e o mar lhe obedecem?”
Foram chamados a pescar almas – obedeceram. Foram convidados
a caminhar com aquele homem – caminharam. Foram convidados a passar para outra
margem – passaram. Mas, a velha criatura ainda os acompanhava. Era-lhes
necessário nascer das Águas.
Caminhavam com Jesus. Não O conheciam...
Caminhavam com Jesus. Não O conheciam...
E a nós...?
Jesus encontra-se em nosso barco? Jesus em nosso barco nos
faz repousar? Quando as águas quiserem nos sufocar, podemos a elas dizer:
–
sossegai? Se ondas revoltas do mar, trevas tenebrosas nos céus, vierem nos
levar ao desespero e pavor, podemos adentrar nosso interior e declarar: –
sossegai?
Passemos. Não estanquemos ante as tempestades que nos advém.
Jesus nos alertou das tais: –
– “No mundo tereis
aflições... “.
– “Acalma-te!
Emudece!”.
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Nesse domingo - 03/11/2013 - era a Igreja do Nazareno em São Carlos que adentrava.
O louvor aquietava minh'alma. Falava profundamente em meu coração. Dava-me alento. Sossegava meu ser em mar revolto.
As palavras do pastor Nivaldo vieram então me levar a outra margem sabendo que Jesus está no barco e que a tempestade vem, mas ela se aquieta ao som de seu - Acalma-te...
Inajá Martins de Almeida
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Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão...
acompanhe texto e coral com a música Sossegai. Lindíssima mensagem...
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