por Inajá Martins de Almeida
O rio flui. Jamais para seu curso.
Segue para o mar. Não para jamais. Deságua em grandes águas. Mistura-se ao sal.
Torna-se sal.
Intrépida, percebo: fora-nos alertado
sermos o sal da terra, ademais “se o sal for insípido, com que há de salgar? (Mt 5:13)
Aquele é apenas mais um córrego
dentre tantos que cortam a cidade. A chuva pouca. Estiagem que assusta. Mas lá
está ele a buscar por grandes águas. Obstáculos não lhe afrontam. Suas águas,
aparentemente estagnadas, encontram fluxo abaixo do que os olhos podem
contemplar.
Eu admiro aquele espetáculo
inusitado. Para mim as águas mantinham-se paradas. Estagnadas. Por quê?
Parei a pensar o fenômeno. O que
acontecia ali?
Ao meu lado meu companheiro de
jornada reflexiona ao meu questionar e fala:
- “As águas correm por baixo”.
Aquelas palavras não saiam da minha cabeça a
partir de então. Pensei nossas vidas estagnadas, quantas vezes, mas busquei as
águas que “corriam por baixo”.
Dos bastidores pude contemplar. Leituras
tantas. Estudos. Lágrimas e dores em meio ao caminhar não deixaram de ser
ressaltados. Eram os passos de longe em longe a ganhar o presente tão presente.
Corrente de água aparentemente estagnada
demonstra o rio que flui e converge “às águas vivas”.
Águas que saciam sede.
Foram então as águas paradas que puderam me
levar à “fonte de água viva” e saciar a sede do entendimento maior, porque:
- “... do seu
interior fluirão rios de água viva". (Jo 7:38)
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