terça-feira, 10 de junho de 2014

O RIO QUE FLUI DENTRO DE NÓS


por Inajá Martins de Almeida


O rio flui. Jamais para seu curso. Segue para o mar. Não para jamais. Deságua em grandes águas. Mistura-se ao sal. Torna-se sal.

Intrépida, percebo: fora-nos alertado sermos o sal da terra, ademais “se o sal for insípido, com que há de salgar? (Mt 5:13)

Aquele é apenas mais um córrego dentre tantos que cortam a cidade. A chuva pouca. Estiagem que assusta. Mas lá está ele a buscar por grandes águas. Obstáculos não lhe afrontam. Suas águas, aparentemente estagnadas, encontram fluxo abaixo do que os olhos podem contemplar.

Eu admiro aquele espetáculo inusitado. Para mim as águas mantinham-se paradas. Estagnadas. Por quê?

Parei a pensar o fenômeno. O que acontecia ali?

Ao meu lado meu companheiro de jornada reflexiona ao meu questionar e fala:

- “As águas correm por baixo”.

Aquelas palavras não saiam da minha cabeça a partir de então. Pensei nossas vidas estagnadas, quantas vezes, mas busquei as águas que “corriam por baixo”.

Dos bastidores pude contemplar. Leituras tantas. Estudos. Lágrimas e dores em meio ao caminhar não deixaram de ser ressaltados. Eram os passos de longe em longe a ganhar o presente tão presente. 

Algumas vezes cisternas rachadas a não reter água. Fundos poços a dificultar a retirada de água, até que...

Corrente de água aparentemente estagnada demonstra o rio que flui e converge “às águas vivas”.

Águas que saciam sede.

Foram então as águas paradas que puderam me levar à “fonte de água viva” e saciar a sede do entendimento maior, porque:

- “... do seu interior fluirão rios de água viva". (Jo 7:38)             


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