terça-feira, 1 de maio de 2018

CASA DE BONECAS - Henrik Ibsen


por Inajá Martins de Almeida

As manhãs sempre me proporcionam novo pensar e pesar. 

Leituras levam-me a reflexões além do livro e autor e divago e passo aos meus rabiscos. 

Neste momento é o autor Henrik Ibsen,  norueguês, considerado o criador do teatro realista moderno, e que viveu no século XIX, início XX (20/03/1828 – 23/05/1906), com sua peça instigante “Casa de Bonecas” que vem tocar fortemente meu sentir mulher, numa época conturbada quanto esta em que estamos envolvidos – enquanto humanidade.

Incrível é que livros e autores podem nos tocar e falar, ainda que distantes e fora do cenário atual. 

As cenas em que a protagonista se vê envolvida, pode ser aquela em que podemos até pensar em nosso papel dentro do lar, da família, da sociedade –  enfim, paralelo entre a mulher que se dedica aos afazeres do lar e a mulher com todos esses e mais as atribuições profissionais fora do lar – estudo, preparo para o mercado de trabalho. Quantas vezes, cansaço, abandono de si.

Bom... O que me veio à mente, a par da leitura em si, fora a grande rebelião ocorrida no céu.

Recorro a trechos nas Escrituras. Donde porventura tantas contendas?  Tanto desentendimento, fome, seca, desavenças familiares?

Sim...

“És tu que debilitas as nações... “ (Is 14:12); tentas e prometes (Lc 4:6) o que não podes cumprir, posto que lançado fora desde as alturas; “tu que eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci...” (Ez 28:14), “que engana todo mundo... (Ap 12:9)

Para mim já é o bastante, sabedora de que aquele que criado fora para ser anjo de luz, a nós chega para “roubar, matar e destruir” (Jo 10:10); roubar nosso viver em Cristo, matar nossos sonhos vindouros e destruir nossa morada eterna.

Olho para o cordeiro, sendo levado cativo, calado, carregando consigo nossas dores e mazelas, Ele que a nenhum pecado fora encontrado, sobe calado para o sacrifício final e me coloco na atualidade quando pessoas choram no altar, sob palavras e canções emotivas, saem agraciadas, encantadas, extasiadas,  mas, decorridos momentos fugazes, a velha criatura volta habitar aquela que há pouco se envolvera em êxtase, ante o local, as pessoas... 

Apenas maquiagem. 

Sepulcros caiados, impacientes no trânsito, nos lares. 

Dois mil anos se tornaram distantes demais, pior ainda, almejam pela volta do Mestre. E me questiono: 

- para quê?

Sim, fora o texto que me levou a dimensão da escravidão. Fora nos dado o paraíso, mas optamos por agarrarmos a seduções.

Muitos a brincar de casinha de bonecas envolvidos com aquele que seduz, que rouba e mata.

Lemos... E a leitura nos eleva quando dela buscamos aprendizado, aperfeiçoamento para entendermos o que fazemos com nossa vida, com nossos sonhos.

Nas manhãs... o encontro com Aquele que nos leva ao entendimento através de leituras várias.   

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