domingo, 19 de janeiro de 2014

COMO ENTRAM E SAEM AS PESSOAS EM NOSSAS VIDAS

por Inajá Martins de Almeida


Quantos comungam o pão diário. Desempenham tarefas, das mais rudimentares as mais intelectualizadas,  por algum tempo, mas ao primeiro vento, evadem-se sem ao menos troca de olhares, abraços, palavras esclarecedoras, mas ao invés disso, troca verborrágica de pouco conteúdo, secas, ríspidas, agressivas. Saem, deixando para trás interrogações muitas. Quiçá corações partidos, amargurados. 

Fica a questão, pois “não era um inimigo que me afrontava... eras tu... meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente e andávamos em companhia na casa de Deus...” (Sl 55:12/14)

Pedro pescava. Seu irmão André o acompanhava.  Galileus laboriosos, corajosos, ousados, impulsivos, inflamados, de caráter ilibado, patriotas ardentes. O jugo romano não os intimidava.  Era a honra que prevalecia em detrimento ao dinheiro.

 “Galiléia dos gentios” (Is :1). “Galiléia das nações” (Mt 4:15).

A indumentária e o sotaque traiam e denunciavam seus habitantes – os galileus.

No pátio do Palácio de Caifás Pedro se distingue entre os demais, ainda que se julgue anônimo entre os anônimos. Curiosos, observam traumático flagelo - um homem calado, como cordeiro ao matadouro. Inquirem ser aquele que durante sua estada na Galiléia, fora protagonista de feitos inusitados. Que contrapunha-se aos doutores da lei de impossível a geração de profeta dessa região. Apontam dedos a um canto. Falas inflamadas: 

- “É um deles...”

Pedro se esquiva. Tenta sair da vida de Jesus, ao menos assim julga.

- “Não conheço este homem”, grita ensandecido.

Logo mais o fracasso daquela atitude impensada o leva a voltar a pesca, quando atrai os seus para tal:

- "Vou pescar..." 

Pedro e André convidados são a pescar almas. De pronto atendem ao chamado. Homem desconhecido passa. Atento observa. O momento se aproxima.  É chegada a hora de arregimentar exército contra as forças espirituais do mal.

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo”. (Mt 4:23)

Pedro daria a vida por seu mestre. Morreria em seu lugar. Não morreu. Jamais o negaria. Negou-o. Jamais o abandonaria. Abandonou-o. Jamais dele se escandalizaria. Escandalizou-se. Mesclou-se à multidão que assistia. Blasfemou. Evadiu-se do local da cena tétrica. Mas não pode furtar-se ao olhar daquele a quem jurara jamais abandonar.

Fora o olhar que trazia a lembrança momentos de conluio. Curas – quantas. Jantares festivos. A multiplicação do vinho, numa alegria contagiante. Cegos que passavam a enxergar. Cochos e paralíticos que andavam. Figueiras que secavam. Peixes e pães que se multiplicavam.

Maravilhados quantos podiam ser. Emburrecidos tantos, ao incômodo que os feitos provocavam. Pressões tantas.

Ao primeiro obstáculo Pedro procura sair de cena. Julgava-se preparado. Ao Mestre sempre provocava questões:

- “Pedro tu me amas mais do que estes?”

E se envergonhava ante a insistente pergunta triplicada. Era um amor repleto de orgulho que aos poucos seria desmascarado.

O Mestre buscava o coração de Pedro. O amor por inteiro. A entrega total, afinal lhe fora solicitada a incumbência de pastorear e apascentar as ovelhas que em breve estariam dispersas, sem pastor. Pedro entristece.

Faltam-nos pastores em dias atuais, dispostos ao amor maior. Ovelhas perdidas sem pastores que as pastoreiem. Apriscos descuidados. Ovelhas a serem apascentadas sem pastor.

Faltam-nos cabeças dentro dos lares. Mulheres que almejam por submissão clamam. Papéis invertidos ocasionam discórdias incontidas.

Ademais aqueles que vidas adentram vidas, não são os mesmos que saem. Lançam redes em lados contrários. Caminham lado a lado, mas se distanciam a lados opostos. Necessitam ouvir o chamado e lançar novamente a rede ao mar, desta feita para o lado certo.

- “Lançai a rede para o lado direito do barco e achareis...” Jo 21:6

Pedro e os demais obedeceram.

E a nós? Como deixamos entrar e sair as pessoas em nossas vidas?  


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LIDERANÇA MASCULINA NA FAMÍLIA


Vivemos uma séria crise de liderança na família. 
Os papéis estão confusos. 
Os homens têm abandonado sua trincheira e delegado às mulheres a liderança espiritual da família. 
A despeito do importante papel da mulher e da mãe no lar, cabe ao marido, ao pai, a liderança espiritual da família. 
É responsabilidade do pai criar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor. 
Deus colocou o homem como cabeça do lar e a mulher como sua auxiliadora. 
Inverter esses papéis não é uma atitude sensata. 
Josué, o grande líder de Israel, nos dá o seu testemunho, quando disse: 

"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor". 

Hoje, Deus conclama você, marido, a você pai, a assumir o seu posto de liderança espiritual do seu lar. 

Você deve amar sua mulher como Cristo amou a igreja e criar os seus filhos no temor do Senhor.


Hernandes Dias Lopes

https://www.facebook.com/hernandes.diaslopes.7

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PODEMOS ATRIBUIR VALORES A NOSSA FAMÍLIA?

por Inajá Martins de Almeida

Nossos olhos, quantas vezes, atentam para campinas verdejante. Dois caminhos. O deserto não nos atraí. Engana-nos nosso coração. Perverso. Quem o poderá conhecer? Alerta-nos o profeta Jeremias.

Tempos outros, dirão alguns. Distantes de nós argumentarão outros. Mas a Palavra não muda. Deus não é mentiroso. Porque tudo o que dantes fora escrito, para nosso ensino o fora escrito. Os romanos foram admoestados pelo apóstolo Paulo, nos primórdios da nossa Era.

Dezembro. Mês festivo. Natal. Percebe-se burburinho nas ruas. Lojas ricamente ornamentadas expõem seus produtos. Aonde encontrar o “dono da festa”?

Tempos modernos dirão muitos. Troca de presentes. Mesas fartas. Muitos ao menos convidam o anfitrião a cear. 

Não percebo disparidade nos regalos. O abuso sim. A inversão de valores. O ter superando o ser.

Aprecio o imaginar aquele olhar de quem estamos a dedicar nosso tempo, a lembrança envolvida em papéis brilhantes, o cartão, a mensagem. 

Saio às ruas alegre de mim.

O clima festivo me faz aproximar de pessoas novas. Reflexionar minha mente. Trocar palavras, quando tanto se reluta ao diálogo – quase que impossível na era tecnológica.

Sempre me perguntei o porquê de tanta dificuldade dialógica. Mas... 

O pequeno príncipe me diz ser o essencial invisível aos olhos e que só se pode enxergar através do coração. Mas se enganoso! Como então?

Passei a perceber serem os olhos que transmitem diálogos concretos. Jamais me esquivo do olho no olho. Redobro atenção. 

Saio descontraída. Busco compartilhar ideias. Sentir a presença marcante. Aquele que para mim representa o mover do meu ser. Percebo-me rodeada por gratificantes momentos.

O personagem central me acompanha. Sorri de mim. Alegra-se de mim. Alegro-me dele. Compartilho de Sua presença marcante. 

Penso nas crianças: neta, sobrinhos-neto. Busco-lhes o olhar. O abraço terno. O afago sincero.

Volto ao passado, quando aqueles que já não são crianças ocupavam as posições hoje invertidas. O filho, a neta. Os sobrinhos, os sobrinhos-netos. À família, a nora amada, a "co-sobrinha". 

Uns partem. Outros chegam. Acrescentam mais um. Quiçá alguns. Memórias. Registros que não se apagam jamais. 

A cada qual uma lembrancinha personalizada.

O dia a se aproximar. O encontro aguardado com vislumbres de alegria.

Cada qual o seu modo abre seus corações. Nada ofertam. Suas mãos vazias de presentes. É a expressão dos olhos que supera valores possível fora.

Diálogo profundo. Inesquecível. É Natal. Convidado fora a cear naquela casa, o anfitrião.

Corações transbordantes. A porta aberta. Convite aceito. Valores insubstituíveis. Quem há de atribuir. Família. 

Fora as crianças que moveram meus sentir maior. A família a se multiplicar. A família a nos tornar crianças. A família a nos fazer sonhar.

Deixai vir a mim as criancinhas. É o Mestre a orientar. 


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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

JESUS NOSSO NATAL TODOS OS DIAS


Por Inajá Martins de Almeida

É Natal. Ruas movimentadas. Brilho por todos os cantos. Preparativos. Festas. Fogos. Abraços. Apertos de mãos. Muita comida sobre as mesas ricamente ornamentadas.

É Natal. Estradas agitadas. Carros possantes, desenfreados aceleram. Há pressa de chegar ao destino, que nem sempre se cumpre.

É Natal. Há frio nos olhares furtivos nas ruas. Párias da sociedade vagueiam de um lado para outro. Não há paz. Não há harmonia. Não há apertos de mãos. Não há abraços apertados. Deixaram-se perder, nas ruas, aqueles que um dia trouxeram alegria a lares, tantos.

É Natal. Leitos compartilham dor e sofrimentos em frios corredores desertos. Quantos sonhos terminais jazem.

É Natal. Lares. Igrejas. Ruas. Comércio. Presentes. O mundo gira. Em cada espaço uma esperança, quiçá a desesperança.   

Mas é Natal.

Há que comemorar o nascimento de uma criança. Não de uma criança igual a todas as crianças, mas de uma criança que abdicou de toda glória, vestiu-se como a um de nós, tornou-se carne e nos amou mais do que qualquer criança poderia nos amar.


Jesus. Nosso Natal todos os dias. 

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ATÉ QUE PONTO PODE UMA CADEIRA NOS DISTRAIR?


Por Inajá Martins de Almeida

Cenas do cotidiano me chamam atenção. Desta vez fora uma cadeira. Há tempo penso no que uma cadeira pode ser útil e ao mesmo tempo nos tornar inúteis ante a passividade com que a ela nos rendemos.

Aquele era um espaço enorme. Mais de duas mil cadeiras dispostas de forma harmoniosa. Um salão que podia abrigar mais de cinco mil pessoas. Mas... Era aquela cadeira, na primeira fileira o alvo. Era a cadeira cativa daquele homem que, todos os dias, nas mesmas reuniões, nos mesmos horários se achegava e ali se assentava. Todos já conheciam seu hábito e respeitavam. Seus cabelos brancos, seus passos lentos, sua voz um tanto embargada, denunciavam  sua idade avançada e sua cadeira cativa, como se o tempo lhe outorgasse tal direito.

Um dia, um novo membro, desconhecedor dos costumes impostos pelo homem, acomoda-se àquela cadeira. Logo advertido, não se incomoda e permanece até que surge impoluto, altivo, aquele que durante anos ocupara o lugar. Sem titubear impele o visitante a se evadir do local. Afinal, aquela era a cadeira – a sua cadeira. Acostumara-se a ela. Dali podia acompanhar o movimento dos que se prostravam ante o altar. Ao mínimo movimento distrair-se, observar, emitir comentários. Na cadeira distraia-se cercado de outros adeptos das cadeiras circunvizinhas.  

Eu observava! Buscava novas cadeiras. Novos olhares. Novos ângulos. Afinal a mente me vinha que Jesus estava em constante movimento. Dizia não ter local para encostar a cabeça.  E as cadeiras acolchoadas, fofas, macias, não me faziam frente. A casa era de Deus, portanto, os objetos a Ele pertenciam. Ele é quem dava a direção do local, da hora, do momento do encontro.  

Cadeiras não me afrontam. Não me tiram o centro. Claro que há necessidades. Momentos de sentar. Permanecer assentada. Ocupações várias nos levam as tais cadeiras. 


Em casa muitas cadeiras. Mas era uma que me chamava atenção. Irritava-me quantas vezes. A inércia. A prostração. A TV o alvo. Eu passava. A cadeira ancorada a outra cadeira afrontava-me ainda mais. Vez ou outra me sentava ao lado, mas logo buscava o movimento. O crochê alimentava aquele instante, quantas vezes. Mas o incômodo se agigantava, até que...


Um dia, não um dia como tantos os outros, mas um dia em que àquela situação um basta. 

Eli reclina-se de tal forma que a cadeira não lhe sustém o corpo pesado e inchado. A envergadura o arremessa para trás e os ossos de seu pescoço denunciam-lhe fatal desenlace. Aquela cadeira, que por tanto tempo fora testemunha de atos permissivos dos filhos, no templo, agora se transforma em pedaços de madeira. Jaz a cadeira, como aquele que não se dera conta do tempo que a cadeira ocupara seu centro.

Ficou vazia a cadeira. Deixou de compor aquele espaço. Não me incomoda a lembrança. Saudade? Procuro me perguntar vez ou outra. Não... Não a tenho. Aquela cadeira buscava me afrontar. Tirar-me do centro. Era apenas um objeto, mas seu poder devastador tornara inanimado aquele que se assentava a ela. 

As linhas podem retornar a Palavra. Exortar sobre um homem. Não um homem qualquer, mas um profeta, um sacerdote que se escorava a coluna do templo em sua velhice. 

Reclinado à cadeira, o corpo envelhecido. Os olhos a lhe turvarem a visão. A mente a denunciar-lhe a senilidade era a cadeira que dia após dia servia-lhe de escudo. Engordava o corpo. Enfraquecia os músculos. Entorpecia a mente. Enfraquecia a visão. Seus horizontes limitavam-se aquele espaço apenas. Não conseguia distinguir orações. A sinceridade de corações puros. A voz de Deus lhe era distante. A cadeira, objeto de repouso, agora lhe servia de descanso eterno.

Podemos encontrar similaridade em nosso viver? Temos nossas cadeiras separadas? Nossos lugares cativos?

Pobres miseráveis. Cegos. Mornos na fé. Cativos em tempo de abastança.

Eis que estou à porta. Eis que lugar de honra se possa oferecer Àquele que é o Alfa e o Ômega. O Princípio e o Fim.  

Porque afinal: 

Até que ponto pode uma cadeira nos distrair?


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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SILÊNCIO

por Inajá Martins de Almeida


Aprendemos que na música o silêncio tem significado. A pausa. O momento em que a música descansa para dar continuidade à frase melódica.

Parei a pensar! O dicionário nos diz ser o silêncio a ausência de ruídos. Sossego. Repouso. Deparei-me com  palavra. Repousei na Palavra.

Confesso que momento houve em que o silêncio me causava pânico. Solidão. Dor. Perda. Hoje aprendi a valorizar cada instante de silêncio. Nas madrugadas, quando o sono me afronta, aproveito para estar a sós com aquele que se tornou meu amigo confidente – o silêncio.  

Passo ouvir seus sons, absorver seu próprio silêncio, quando então posso me silenciar. É que "existe no silêncio uma tão profunda sabedoria que as vezes ele se transforma na mais perfeita das respostas. Porque é fácil trocar as palavras, difícil é interpretar o silêncio ". Ah! Poeta Fernando Pessoa.   

Aprendi que o silêncio nos silencia. Torna-nos mais contemplativos. Aproxima-nos da natureza que nos responde em trinados e gorjeios de pássaros. Em suaves sons do vento que ao menos imaginamos de onde vem. Na chuva que molha a terra.

Silêncio que nos pede silenciar o próprio ruído. Silêncio que nos envolve, que nos transporta que nos transforma em silêncio. 

O silêncio de Jesus confundia o impoluto Pilatos. Ao poder soberano de Deus não se contrapõe argumentos.

Homens e mulheres que levados ao deserto silenciam. Que pisam lugar santo. Tiram a sandália. Que ao voltarem buscam cobrir o rosto com véu para não ofuscarem a multidão. Que em silêncio clamam à alma a esperança que vem de Deus, porque sabedores que bom é ter esperança e aguardar em silêncio.

Silêncio... É Deus que nos pede. É Deus que se mantém em silêncio nos céus.

Por que tão difícil silenciar?


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