por Inajá Martins de Almeida
Quantos comungam o pão diário. Desempenham tarefas, das mais rudimentares as mais intelectualizadas, por algum tempo, mas ao primeiro vento, evadem-se sem ao menos troca de olhares, abraços, palavras esclarecedoras, mas ao invés disso, troca verborrágica de pouco conteúdo, secas, ríspidas, agressivas. Saem, deixando para trás interrogações muitas. Quiçá corações partidos, amargurados.
Fica a questão, pois “não era um inimigo que me afrontava... eras tu... meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente e andávamos em companhia na casa de Deus...” (Sl 55:12/14)
Pedro pescava. Seu irmão André o acompanhava. Galileus laboriosos, corajosos, ousados,
impulsivos, inflamados, de caráter ilibado, patriotas ardentes. O jugo romano
não os intimidava. Era a honra que
prevalecia em detrimento ao dinheiro.
“Galiléia dos gentios”
(Is :1). “Galiléia das nações” (Mt 4:15).
A indumentária e o sotaque traiam e denunciavam seus
habitantes – os galileus.
No pátio do Palácio de Caifás Pedro se distingue entre os
demais, ainda que se julgue anônimo entre os anônimos. Curiosos, observam
traumático flagelo - um homem calado, como cordeiro ao matadouro. Inquirem ser aquele que durante sua estada na Galiléia, fora protagonista de feitos inusitados. Que contrapunha-se aos doutores da lei de impossível a geração
de profeta dessa região. Apontam dedos a um canto. Falas inflamadas:
- “É um deles...”
Pedro se esquiva. Tenta sair da vida de Jesus, ao menos assim
julga.
- “Não conheço este homem”, grita ensandecido.
Logo mais o fracasso daquela atitude impensada o leva a voltar a pesca, quando atrai os seus para tal:
- "Vou pescar..."
Pedro e André convidados são a pescar almas. De pronto atendem
ao chamado. Homem desconhecido passa. Atento observa. O momento se aproxima. É chegada a hora de arregimentar exército
contra as forças espirituais do mal.
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas
suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades
e moléstias entre o povo”. (Mt 4:23)
Pedro
daria a vida por seu mestre. Morreria em seu lugar. Não morreu. Jamais o
negaria. Negou-o. Jamais o abandonaria. Abandonou-o. Jamais dele se
escandalizaria. Escandalizou-se. Mesclou-se à multidão que assistia. Blasfemou.
Evadiu-se do local da cena tétrica. Mas não pode furtar-se ao olhar daquele a
quem jurara jamais abandonar.
Fora
o olhar que trazia a lembrança momentos de conluio. Curas – quantas. Jantares
festivos. A multiplicação do vinho, numa alegria contagiante. Cegos que
passavam a enxergar. Cochos e paralíticos que andavam. Figueiras que secavam.
Peixes e pães que se multiplicavam.
Maravilhados
quantos podiam ser. Emburrecidos tantos, ao incômodo que os feitos provocavam. Pressões
tantas.
Ao
primeiro obstáculo Pedro procura sair de cena. Julgava-se preparado. Ao Mestre
sempre provocava questões:
- “Pedro tu me amas mais do que estes?”
E se
envergonhava ante a insistente pergunta triplicada. Era um amor repleto de
orgulho que aos poucos seria desmascarado.
O
Mestre buscava o coração de Pedro. O amor por inteiro. A entrega total, afinal
lhe fora solicitada a incumbência de pastorear e apascentar as ovelhas que em
breve estariam dispersas, sem pastor. Pedro entristece.
Faltam-nos
pastores em dias atuais, dispostos ao amor maior. Ovelhas perdidas sem pastores
que as pastoreiem. Apriscos descuidados. Ovelhas a serem apascentadas sem pastor.
Faltam-nos
cabeças dentro dos lares. Mulheres que almejam por submissão clamam. Papéis
invertidos ocasionam discórdias incontidas.
Ademais
aqueles que vidas adentram vidas, não são os mesmos que saem. Lançam redes em lados
contrários. Caminham lado a lado, mas se distanciam a lados opostos. Necessitam
ouvir o chamado e lançar novamente a rede ao mar, desta feita para o lado certo.
- “Lançai a rede para o lado direito do barco e
achareis...” Jo 21:6
Pedro
e os demais obedeceram.
E a
nós? Como deixamos entrar e sair as pessoas em nossas vidas?
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LIDERANÇA MASCULINA NA FAMÍLIA
Vivemos uma séria crise de liderança na família.
Os papéis estão confusos.
Os homens têm abandonado sua trincheira e delegado às mulheres a liderança espiritual da família.
A despeito do importante papel da mulher e da mãe no lar, cabe ao marido, ao pai, a liderança espiritual da família.
É responsabilidade do pai criar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor.
Deus colocou o homem como cabeça do lar e a mulher como sua auxiliadora.
Inverter esses papéis não é uma atitude sensata.
Josué, o grande líder de Israel, nos dá o seu testemunho, quando disse:
"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor".
Hoje, Deus conclama você, marido, a você pai, a assumir o seu posto de liderança espiritual do seu lar.
Você deve amar sua mulher como Cristo amou a igreja e criar os seus filhos no temor do Senhor.
Hernandes Dias Lopes
https://www.facebook.com/hernandes.diaslopes.7