sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PODEMOS ATRIBUIR VALORES A NOSSA FAMÍLIA?

por Inajá Martins de Almeida

Nossos olhos, quantas vezes, atentam para campinas verdejante. Dois caminhos. O deserto não nos atraí. Engana-nos nosso coração. Perverso. Quem o poderá conhecer? Alerta-nos o profeta Jeremias.

Tempos outros, dirão alguns. Distantes de nós argumentarão outros. Mas a Palavra não muda. Deus não é mentiroso. Porque tudo o que dantes fora escrito, para nosso ensino o fora escrito. Os romanos foram admoestados pelo apóstolo Paulo, nos primórdios da nossa Era.

Dezembro. Mês festivo. Natal. Percebe-se burburinho nas ruas. Lojas ricamente ornamentadas expõem seus produtos. Aonde encontrar o “dono da festa”?

Tempos modernos dirão muitos. Troca de presentes. Mesas fartas. Muitos ao menos convidam o anfitrião a cear. 

Não percebo disparidade nos regalos. O abuso sim. A inversão de valores. O ter superando o ser.

Aprecio o imaginar aquele olhar de quem estamos a dedicar nosso tempo, a lembrança envolvida em papéis brilhantes, o cartão, a mensagem. 

Saio às ruas alegre de mim.

O clima festivo me faz aproximar de pessoas novas. Reflexionar minha mente. Trocar palavras, quando tanto se reluta ao diálogo – quase que impossível na era tecnológica.

Sempre me perguntei o porquê de tanta dificuldade dialógica. Mas... 

O pequeno príncipe me diz ser o essencial invisível aos olhos e que só se pode enxergar através do coração. Mas se enganoso! Como então?

Passei a perceber serem os olhos que transmitem diálogos concretos. Jamais me esquivo do olho no olho. Redobro atenção. 

Saio descontraída. Busco compartilhar ideias. Sentir a presença marcante. Aquele que para mim representa o mover do meu ser. Percebo-me rodeada por gratificantes momentos.

O personagem central me acompanha. Sorri de mim. Alegra-se de mim. Alegro-me dele. Compartilho de Sua presença marcante. 

Penso nas crianças: neta, sobrinhos-neto. Busco-lhes o olhar. O abraço terno. O afago sincero.

Volto ao passado, quando aqueles que já não são crianças ocupavam as posições hoje invertidas. O filho, a neta. Os sobrinhos, os sobrinhos-netos. À família, a nora amada, a "co-sobrinha". 

Uns partem. Outros chegam. Acrescentam mais um. Quiçá alguns. Memórias. Registros que não se apagam jamais. 

A cada qual uma lembrancinha personalizada.

O dia a se aproximar. O encontro aguardado com vislumbres de alegria.

Cada qual o seu modo abre seus corações. Nada ofertam. Suas mãos vazias de presentes. É a expressão dos olhos que supera valores possível fora.

Diálogo profundo. Inesquecível. É Natal. Convidado fora a cear naquela casa, o anfitrião.

Corações transbordantes. A porta aberta. Convite aceito. Valores insubstituíveis. Quem há de atribuir. Família. 

Fora as crianças que moveram meus sentir maior. A família a se multiplicar. A família a nos tornar crianças. A família a nos fazer sonhar.

Deixai vir a mim as criancinhas. É o Mestre a orientar. 


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