por Inajá Martins de Almeida
Aprendemos
que na música o silêncio tem significado. A pausa. O momento em que a música
descansa para dar continuidade à frase melódica.
Parei a
pensar! O dicionário nos diz ser o silêncio a ausência de ruídos. Sossego.
Repouso. Deparei-me com palavra. Repousei na Palavra.
Confesso
que momento houve em que o silêncio me causava pânico. Solidão. Dor. Perda.
Hoje aprendi a valorizar cada instante de silêncio. Nas madrugadas, quando o
sono me afronta, aproveito para estar a sós com aquele que se tornou meu amigo
confidente – o silêncio.
Passo
ouvir seus sons, absorver seu próprio silêncio, quando então posso me
silenciar. É que "existe no silêncio uma tão profunda sabedoria que as vezes ele se transforma na mais perfeita das respostas. Porque é fácil trocar as palavras, difícil é interpretar o silêncio ". Ah! Poeta Fernando Pessoa.
Aprendi
que o silêncio nos silencia. Torna-nos mais contemplativos. Aproxima-nos da
natureza que nos responde em trinados e gorjeios de pássaros. Em suaves sons do
vento que ao menos imaginamos de onde vem. Na chuva que molha a terra.
Silêncio
que nos pede silenciar o próprio ruído. Silêncio que nos envolve, que nos
transporta que nos transforma em silêncio.
O
silêncio de Jesus confundia o impoluto Pilatos. Ao poder soberano de Deus não se
contrapõe argumentos.
Homens e
mulheres que levados ao deserto silenciam. Que pisam lugar santo. Tiram a sandália.
Que ao voltarem buscam cobrir o rosto com véu para não ofuscarem a multidão. Que
em silêncio clamam à alma a esperança que vem de Deus, porque sabedores que bom
é ter esperança e aguardar em silêncio.
Silêncio...
É Deus que nos pede. É Deus que se mantém em silêncio nos céus.
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