segunda-feira, 16 de junho de 2014

O PREÇO DE SE BUSCAR A GLÓRIA DE HOMENS

por Inajá Martins de Almeida


“... e o povo clamava: É a voz de um deus e não de homem! (At. 12:22)

A fio de espada Tiago é sacrificado. Pedro é colocado em cárcere. O povo se alegra. O rei se exalta.

Bom é quando, ao lermos a Palavra de Deus nas Escrituras, podemos observar mandos e desmandos do poder. 

O mesmo povo subjugado é o que exalta: 

- “é a voz de um deus...”

Melhor ainda, sabermos e sermos alcançados pela graça que nos fora dada pelo sacrifício maior do único que disse ser o “Caminho, a Verdade e a Vida”. Aquele que jamais para si quis a glória dos homens. Aquele que se revestiu como um de nós. Aquele que sobre si nossas dores carregou – Jesus.

O madeiro não lhe servira de afronta. Consumado estava o domínio da mentira. A Verdade prevalecera.

- “Graças te dou ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11:25)

Podemos tecer o cenário. Gritos ensandecidos. Multidão em desvario. O deus, deste mundo, cegara o entendimento de muitos, mas havia os que se prostravam em quatro paredes, confinados, a declinar orações incessantes a Deus, quando...

 “No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele [Herodes] não ter dado glória a Deus; e comido de vermes expirou”. (At. 12:23)    

Entretanto, no mesmo instante em que o poder é deitado por terra, ante vermes a lhe corroer entranhas, “orações incessantes a Deus por parte da igreja” repicam;  correntes são quebradas e Pedro, guardado em cárcere, sob severa escolta de quatro soldados, livre, levanta-se depressa e se dirige à casa de Maria mãe de João Marcos.  

A história narra três Herodes:
  • Herodes, o grande, responsável por muitos crimes, inclusive a matança de inocentes após o nascimento de Jesus;
  • Herodes Antipas, movido por caprichos da esposa e sobrinha manda executar João     Batista;    
  • Herodes Agripa, não menos sanguinário que os outros da sua descendência, ordena a   morte de Tiago e encarcera Pedro.
Todavia, à sombra de um passado sombrio e sanguinário, apenas ruínas, enquanto  que  "a Palavra do Senhor cresce e se multiplica” (At 12:24) em todo o planeta. 

Alerta! 

É chegado o tempo. Momento de endireitar o Caminho. Não aceitar glória de homens. Debater aquele que vem em seu próprio nome. Não dar glórias uns aos outros, antes buscar a glória que vem do Deus único. Porque somente Ele nos conhece...    

- "Eu não aceito glória dos homens, mas conheço vocês. Sei que vocês não têm o amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me aceitaram; mas, se outro vier em seu próprio nome, vocês o aceitarão. Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?" (Jo 5:41-44)


Disse Jesus e nós o que podemos dizer?

O que vale buscar a glória de homens!

"Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas"  (Mt 6:33)

terça-feira, 10 de junho de 2014

O RIO QUE FLUI DENTRO DE NÓS


por Inajá Martins de Almeida


O rio flui. Jamais para seu curso. Segue para o mar. Não para jamais. Deságua em grandes águas. Mistura-se ao sal. Torna-se sal.

Intrépida, percebo: fora-nos alertado sermos o sal da terra, ademais “se o sal for insípido, com que há de salgar? (Mt 5:13)

Aquele é apenas mais um córrego dentre tantos que cortam a cidade. A chuva pouca. Estiagem que assusta. Mas lá está ele a buscar por grandes águas. Obstáculos não lhe afrontam. Suas águas, aparentemente estagnadas, encontram fluxo abaixo do que os olhos podem contemplar.

Eu admiro aquele espetáculo inusitado. Para mim as águas mantinham-se paradas. Estagnadas. Por quê?

Parei a pensar o fenômeno. O que acontecia ali?

Ao meu lado meu companheiro de jornada reflexiona ao meu questionar e fala:

- “As águas correm por baixo”.

Aquelas palavras não saiam da minha cabeça a partir de então. Pensei nossas vidas estagnadas, quantas vezes, mas busquei as águas que “corriam por baixo”.

Dos bastidores pude contemplar. Leituras tantas. Estudos. Lágrimas e dores em meio ao caminhar não deixaram de ser ressaltados. Eram os passos de longe em longe a ganhar o presente tão presente. 

Algumas vezes cisternas rachadas a não reter água. Fundos poços a dificultar a retirada de água, até que...

Corrente de água aparentemente estagnada demonstra o rio que flui e converge “às águas vivas”.

Águas que saciam sede.

Foram então as águas paradas que puderam me levar à “fonte de água viva” e saciar a sede do entendimento maior, porque:

- “... do seu interior fluirão rios de água viva". (Jo 7:38)             


segunda-feira, 9 de junho de 2014

PASSE PARA A MACEDÔNIA

por Inajá Martins de Almeida
Instigam-me. Envolvem-me. Condicionam-me às reflexões ao avançar. Levam-me além do que as próprias palavras contidas no texto me sugerem – quantas vezes.
Era Saulo que segurava as vestes de Estevão ajoelhado ante as pesadas pedras que lhe ceifavam a vida.
Agora é Paulo quem atenta ao chamado inesperado:
- “Passa para a Macedônia e ajuda-nos...”
Saulo, judeu por nascimento, romano por merecimento Paulo.
Ao caminho de Damasco seus planos se vêem alterados para sempre. Imensa luz ceifa-lhe a visão do engano da lei para lhe mostrar o caminho da graça, quando estrondosa  voz invade sua audição:
- Saulo! Saulo! Por que me persegues?
Parei eu também a questionar; afinal por que de perseguidor, passa a ser perseguido?
O que teria mudado naquele trajeto? Poderia acontecer conosco também? “Planos de paz”.  Percebi que sim.
Paulo agora veste a armadura de Deus, combate o bom combate, guarda a fé. Segue o Caminho. Conserva o espinho na carne. Percebe que não lhe é profícuo recalcitrar contra os aguilhões (At 5:6)
Estanco ante as minhas próprias convicções. Quantas vezes as lutas foram travadas com os recursos de que dispunha. Quantas vezes, por desconhecimento, não recorri àquele que poderia caminhar comigo mais uma milha e aliviar meu fardo. Agora entendo que sofremos, pois nos falta entendimento. (Os 4:6) Assim, pude me levantar.
Paulo teve uma visão e imediatamente alterou seus planos de viagem. Quantas vezes nos faltam visões e atitudes para agirmos rapidamente com relação aos planos de Deus em nossas vidas.  
Passar para a Macedônia requer obediência. Paulo prontamente obedeceu à voz do Espírito Santo. E nós?    

quarta-feira, 4 de junho de 2014

FOME DE SONHOS

 por Inajá Martins de Almeida

Assistia eu a um treinamento do psiquiatra, escritor e palestrante Roberto Shinyashiki, quando me deparei com uma fala que me tocou fundo:

- “Você precisa ter fome”.

Estanquei. Passei a inquirir o sentido da fome. Percebi que só caminhamos quando as necessidades nos forçam a sair da área de conforto.

“E a fome era gravíssima na terra.” Gn 43:1

Olhei para dentro de mim. Acompanhei minha trajetória através da linha do tempo. Entre linhas e rabiscos, chuleei a jovem na capital paulista, recém formada, desempregada, mas dona de um sonho maior do que aquela imensidão. Emaranhado de pessoas que iam e vinham no burburinho das alamedas ruas e avenidas – todas abertas a conduzirem os sonhos da jovem. Janelas a vislumbrar horizontes infindáveis dos que sonham e buscam se realizarem através deles.

Era o sonho que movia o olhar inquieto. A mente a trabalhar em compassos alterados, enquanto gravitava em busca da realidade do sonho, o sonho realizável. Da realidade, o sonho real. A fome embalava o sonho.

Sonho... Dias após ao assombro, a fome me levaria a desvendar a existência de duas pessoas apenas: as que sonham e as que estão mortas. Logo formado estava o triângulo: - a fome, o sonho e a sonhadora.

A jovem sonhadora cedera lugar à senhora sexagenária cheia de sonhos. Sentia-me viva, ainda mais diante das lembranças. Os sonhos que se transformaram. Sonhos realizados. Sonhos abafados. Sonhos sonhados. Mas... Sonhos.         

Era eu a jovem que trazia na bagagem, muitos sonhos. Visões de um futuro alinhavando sonhos. Sou eu a sexagenária, que não perdeu os sonhos, ainda que muitos sonhos se tenham perdido pelos caminhos. Sonhos de sonhadores...

Eis que devemos nos lembrar dos nossos sonhos, “porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente e conhecimento e entendimento, interpretando sonhos e explicando enigmas e resolvendo dúvidas...” (Dn 5:12)

Porque afinal percebi, que, “em toda a maneira e em todas as coisas estou instruída tanto a ter fartura como a ter fome... “ (Fl 4:12)

Fome de sonhos!
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