terça-feira, 22 de janeiro de 2013

PODEMOS OUVIR A VOZ DE DEUS?

texto de  Inajá Martins de Almeida

Será que Deus se manifesta a nós no presente, como se manifestava no passado?

Não é a Sua Palavra que nos diz ser Deus de perto e não de longe e que não muda? Que Seus olhos atentos estão e passeiam pela terra? Que Seus braços não estão encolhidos e a palma de Sua mão a tem como medida?

Mais argumentos? Possíveis sim, porém cada qual os encontrará ao seu querer. Ao seu sentir. 

Enquanto Jesus clamava - Marta, Marta! O som de Sua voz era como se ecoasse aos meus ouvidos: – Inajá! Inajá! E me aquietava. E não mais era Marta que buscava servir ao Mestre, mas esta que aqui está a tecer as linhas. São elas que me enredam às tramas do texto. E passo a declinar.

Pastor Jeremias discorria o texto. Meu cérebro em burburinho acelerava em pensamentos. Era o som da voz do Senhor que clamava. Eu pensava:  – A mim chama! E me alegrava. E as palavras em mim se agigantavam.

Personagens se tornavam presentes e registrados. A voz de Deus, impressa através do texto, ganhava vida própria. Entonação era sentida através da visão – pela grafia – e da audição, quando passo a ouvi-la.

A ideia central recorre aos textos. O esboço ganha divisões de forma sistemática, quando a palavra clama pelas linhas, numa interpretação peculiar desta, que passa a discorrer:

  1. O ANJO SE APRESENTA A ABRAÃO

Isaque, filho único do patriarca da fé, naquele instante prestes estava a ser entregue em holocausto. Era Deus que ocupava o centro do seu caminhar. Deus prometera-lhe ser pai de grande nação. O provento para tal viria. Abraão confiava e obedecia. Mão firme. O cutelo a riste, quando... 

– Abraão, Abraão! 

– Eis-me aqui... E a poucos passos eis o cordeiro para o holocausto. (Ge 22:11)

Era a voz de Deus que sabia o quanto seu patriarca se envolvera e se comprometera ao seu Senhor. Será que Deus pode contar conosco nos dias de hoje? Quem são afinal nossos Isaques? Podemos entregá-los?   

2. A PARTIDA DE JACÓ PARA O EGITO

Jacó, agora Israel, estava apreensivo. Havia fome em toda a nação. Egito se apresentava farto. Mais ainda, a surpresa maior o aguardava – o filho José o esperava. 

– Jacó, Jacó!

– Eis-me aqui.

– Não temas ir para o Egito. (Ge 46:2-3) E partiu.

Deus reconhecia a apreensão de Jacó. A ausência do filho, tido como morto por muitos anos.  Será que não reconhece a nossa fome também? Nossos sonhos enterrados? Estamos prontos para a partida? Sair da nossa “zona de conforto”? 

3.       DEUS ENCONTRA MOISÉS NO DESERTO

Agora é Moisés que se refugia no deserto. Deus o encontra e a ele se manifesta através da sarsa ardente.

– Moisés, Moisés!

– Eis-me aqui.

– Eu vi a miséria do teu povo. (Ex. 3:4-7)

Deus sempre vê. Sempre nos encontra não importa o deserto que estejamos. A caverna que nos escondamos. Ele conhece nossas misérias. Ainda que nos peça que tiremos nossas sandálias. Nossos orgulhos. Nossas apreensões. Deus nos propõe a saída do jugo do inimigo para a terra de Canaã, onde leite e mel será nosso alimento.

4.       DEUS SE MANIFESTA A SAMUEL

Por três vezes Deus se manifesta a Samuel que ainda não O conhece, embora o servisse na casa do sacerdote Eli, através da entrega de sua mãe Ana, em tenra idade.

Em todas às vezes de pronto se apresenta a Eli:

– Eis-me aqui, recomendado a voltar aos seus aposentos e dormir. Será que muitas vezes não somos orientados a voltar a dormir? Era, pois, a quarta vez:  

– Samuel! Samuel!

– Fala, porque teu servo escuta.

Precisamos estar atentos à voz de Deus. Perceber que o silêncio é seu trabalho. Embora pelas iniquidades encobertas, não se apresentasse naquele tempo, certo, seus olhos atentos estavam àquela casa.

– Eis que farei uma coisa em Israel... Começarei e terminarei.

Deus há muito não falava, embora naquela casa houvesse um profeta.

–  Os ouvidos de quem ouvir irá tinir... Pela iniquidade que ele sabia – Eli – sua casa será julgada para sempre... (1Sm 31-21)

Atentos nossos sentidos devem permanecer.  Há muitas casas estéreis. Vazias. Sem unção. Muitas ovelhas sem pastor. Muito pastor com a visão enfraquecida. Que vê, mas, retorna ao sono, tal qual Eli. Quantos filhos desviados, fartando-se da gordura.

5.   EM CASA DE LÁZARO

Maria assentada, ao Mestre ouvia. Marta agitava-se ante aos afazeres. Anfitriã zelosa.

– Marta! Marta! Andas ansiosa e preocupada com muitas coisas; mas uma só é necessária... (Lu 10:41-42)

O alerta a Marta pode nos alcançar também. Descansar sob suas asas. A sombra do Onipotente. Deixar fardos serem aliviados. Sentar a Seus pés. Deixar-se embalar pelas palavras de carinho, tal qual Maria. Esta ficou com a melhor parte. Jesus nos pede o desfrutar também.

6.  SATANÁS RECLAMA SIMÃO

Simão se tornara Pedro, pescador de almas, todavia, agora se vê o tom de repreensão na voz de Jesus:

– Simão, Simão, Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo! Mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça... Quando te converteres, fortaleça teus irmãos. (Lu 22:31-32)

Quantas vezes também podemos nos sentir seguros: na igreja, na presença dos irmãos, na leitura da Bíblia. Podemos até sentir que nosso nome fora mudado. Nossos corações transformados. Mas apenas colocamos remendos novos em roupa velha. E Jesus nos repreende. Atentos devemos estar. Cuidar para não cair. Constantemente examinar as Escrituras.

Simão foi reclamado por Satanás. Ainda que caminhasse ao lado de Jesus, este não presenciara a conversão completa daquele.

Que Jesus encontre em nós verdadeiros adoradores. Que O adore em Espírito e em Verdade.

7.       O PERSEGUIDOR SE FAZ PERSEGUIDO

Desta vez é Saulo que, de forma ferrenha, persegue os seguidores do Caminho. É Jesus que fora suspenso no madeiro que lhe aparece no caminho de Damasco e lhe faz o alerta:

– Saulo, Saulo! Por que me persegues? E, ao lhe cegar a visão física, abre-lhe a visão espiritual.

Desta feita é Saulo que se transforma em Paulo. De perseguidor a perseguido. Lutar contra os aguilhões lhe seria penoso. Era-lhe necessário sofrer pelo Nome que é acima de qualquer Nome.  E como sofreu! E que mensagem nos deixou!

– Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. (2Ti 4:7)

8.       O LAMENTO DE JESUS SOBRE JERUSALÉM

Porém, analisando as Escrituras, eis um lamento. Não mais se apresentam personagens aos alertas. Abraão, Jacó, Moisés, Samuel, Marta, Simão, Saulo, mas sim, a uma nação.

– Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!

É Jesus que lamenta pela casa que em breve ficará deserta. Pela casa que não mais poderá vê-lo até que os joelhos se dobrem e repliquem:  

– Bendito o que vem em nome do Senhor! (Lu 13:31-34)

- Silêncio! Silêncio!

Ao clamor, as linhas silenciam...

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Nota:- 

O texto fora composto através da ideia central do pastor Jeremias Pereira em 13 de janeiro de 2013, via internet - 


http://www.nazareno.com.br/igreja/midia/cultos_online/650/2012/06/culto_dominical_evangelho_lucas_pr_jeremias_pereira


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

INVOCA-ME



“Invoca-me, e eu te responderei, e te direi coisas grandes e ocultas que tu não sabes...” (Je 33:3)
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                                                   Reflexões de Inajá Martins de Almeida

Novo ano se inicia. Podemos contá-lo em 2013 anos. Tempo de novas tecnologias. Comunicação de ponta. O mundo se estreita. Quebram-se barreiras. Era da tecnologia. Em fração de segundos sabemos o que se passa no outro lado do planeta. Entretanto, percebemos tristeza nos olhares. Solidão nos lares. Frieza e dureza nos corações. Enquanto a internet abrevia contatos, portas se fecham dentro dos cômodos das casas.  

Mantemos amigos virtuais intermináveis, porém incapazes do abraço fraterno ao ente que divide o mesmo teto, choramos silentes.

Dia festivo. Virada do ano. Luzes. Cores cortam o azul lúgubre do firmamento. Jeremias se deixa ler.  Embora preso, consegue ouvir a voz do Senhor – “Invoca-me...” - enquanto chorava e lastimava.

E nós? Será que os fogos de artifício são capazes de transmitir alegria constante, ou apenas contagiar momentaneamente um espetáculo que logo se extinguirá? Não retomará o céu a sua escuridão taciturna? E nossos corações? Nossas prisões? Poderíamos, ao menos, em meio aos fogos, ao barulho estarrecedor, ouvir o chamado?

“... Invoca-me... Eu sou aquele que sonda mentes e corações...”. (Ap 2:23)

E percebemos chorar as nações. Notícias dramáticas. Choros e risos se misturam.

Ao buscar deuses deste mundo, quantos perdem suas almas. Quantos não percebem que o próprio Deus pede para que O chamemos de Pai e dEle não nos desviemos. Que desçamos à casa do oleiro e ouçamos Suas palavras. Afinal seria Ele apenas Deus de perto e não de longe?

E podemos nos alegrar. Vibrar de júbilo. Ele nos mostra as coisas ocultas. Diz pertencermos aos Seus planos. Planos de paz. Esperançoso se apresenta o futuro. Podemos invocá-lo e Ele nos ouvirá. Podemos buscá-lo e O acharemos, quando nosso coração se apresentar de todo aberto a Ele.

Melhor ainda. Ele nos dará um só coração e porá um novo espírito dentro dele. Tirará o coração de pedra e em seu lugar colocará um coração de carne, conclama Sua Palavra. (Ez 11:19)

Não necessitamos telefonia fixa ou móvel. Números intermináveis. Dígitos imemoráveis. Apenas de um número. Três dígitos iguais, de fácil memorização e um nome.

“Invoca-me... Este é o número 33:3. Este é o nome Jeremias, o profeta.

Ah! Não faz parte do nosso rol de amigos? Pois bem... Deus o conhecia antes do ventre materno e o escolhia. Antes que o útero materno o expulsasse, Deus o consagrava a profeta entre os povos, sondava seus caminhos e com ele seguia aonde quer que fosse a quaisquer situações.

Será que não valem fogos que internamente inflamem?  

Noite gloriosa. Queimaram-se os fogos. Interiormente fogos queimam. Posso perceber coisas ocultas a mim reveladas.

Será que ainda pairam dúvidas?

Podemos invocá-lo e ter a certeza que por Ele seremos ouvidos. 

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Texto de Inajá Martins de Almeida
sobre o livro de Jeremias e outras passagens 
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