AMAR A DEUS
- 07/08/2013
PEDRO TU ME AMAS?
Ultimamente tenho
meditado muito sobre as palavras escritas no primeiro mandamento de Deus,
através de Moisés e depois confirmadas por Jesus, quando então nos diz que se
amássemos a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos,
os demais mandamentos estariam ali contidos.
Resolvi então degustar
cada palavra, ponderar, analisar, questionar, dar um toque pessoal. Assim,
vejamos.
Em primeiro lugar Ele
nos pede que O amemos acima de todas as coisas, logo em seguida que amemos ao
nosso próximo; até aqui tudo natural – é nosso dever, como seres humanos, que
amemos nossos irmãos – porém, o que me tocou mais fundo ainda foi o que
complementa a frase – como a ti mesmo.
Esquematizei, para que
ficasse registrado em meus pontos:
1.
Amar a Deus acima de todas as coisas
2.
Amar ao próximo
3.
Amar a nós mesmos
Assim, pensei que
poderíamos fazer uma analogia e inverter a colocação das palavras quando, até
quem sabe, atentaríamos ao significado de forma mais concisa e clara. Desta
feita, se a ordem dos fatores não altera o produto, que tal: amar a Deus acima
de todas as coisas e a nós, como condição para amarmos nosso próximo?
E o questionamento
continuou forte em mim: se não nos amarmos, não nos respeitarmos, não nos
darmos o devido valor, como poderemos então atribuir valor, amor e respeito ao
nosso próximo? Julgo ser incoerente. Quanto mais amar a Deus?
Acredito até que se nos
amássemos, déssemos o valor à nossa concepção, ao nosso nascimento, à vida que
recebemos de forma espetacular na grande corrida pela concepção, respeitássemos
nosso corpo não o contaminando com drogas, sexo abusivo, palavras torpes
advindas de nossa língua, entenderíamos o amor que Deus sente por sua criação e
facilmente poderíamos dedicar-lhe o amor que Ele nos pede.
Aí a confusão ficou
geral: será que amamos a Deus, acima de qualquer coisa? Se não conseguimos amar
e respeitar aquele a quem vemos, como poderemos ter sentimento a alguém que não
vemos? E porque Deus registraria numa tábua essas questões? Por que nos
pediria, mais ainda, deixaria por escrito, em lei, em fundamento, em
mandamento, que O amássemos?
O povo por Ele eleito,
já pudera presenciar sinais e prodígios quando:
Liberto do cativeiro do
Egito a pés enxutos passam através das imensas colunas formadas à direita e a
esquerda do mar, que se abria ao toque do seu libertador Moisés, sem que mal
algum lhes acometesse, em contrapartida aos carros dos egípcios que tragados
eram pelas águas violentas do mar que se fechava à sua passagem.
Codornizes, no deserto,
serviam-lhe de alimento.
Densa coluna de fogo
exauria calor durante a noite e nuvens provocavam sombra abrigando a multidão
do intenso calor do deserto, durante o dia.
Suas roupas se mantinham
intactas, ainda que decorridos quarenta anos no deserto.
Mesmo assim havia
murmúrio e desejo de volta ao cativeiro, regime que os mantivera por
quatrocentos anos cativos de reis pagãos, que se autodenominavam deuses – os
faraós.
Naquele momento,
fazia-se necessário que leis fossem formuladas. Mandamentos editados. Os
anos de escravidão marcaram um povo que para liberdade fora criado.
De repente, nesses
questionamentos, encontro Anselm Grun a dizer que:
“Sábio é aquele que
gosta de si próprio, aquele que está reconciliado consigo mesmo; alguém que é
capaz de sentir o próprio sabor, de degustar a si próprio, alguém que se
reconciliou consigo mesmo e com a história de sua própria vida. Por isso em
tudo quanto faz ele transmite um “sabor agradável”.
Sim, se ele pode sentir
o próprio sabor agradável e suave de se amar, de amar o próximo, está então
preparado para ser amado, ou até quem sabe, para se deixar amar.
Todavia, no meu
questionamento consigo entender que tudo fica fácil e compreensível quando
deixamos Deus assumir o controle de nossa vida; quando O amamos de toda
intensidade, de toda nossa vontade, de todo nosso coração, somente possível
quando percebemos que criados fomos por Ele e para Ele.
Porém, também sei que
não é possível amar a quem desconhecemos, momento
E quando me vejo frente
a frente com palavras de que Deus amou ao mundo de tal forma que entregou seu
filho em amor de nós posso entender nossa dificuldade em amar, em nos entregar.
Aí, quedo-me em prantos
e peço a Deus para que me ensine a amá-lo e logo um sopro suave vem me fazer
companhia.
Releitura Livro de
Êxodos 34:28 - por Inajá Martins de Almeida