por Inajá Martins de Almeida
Dias frios e chuvosos me levam às reflexões, muito mais do
que dias claros e ensolarados. Esses dias, nesses derradeiros do ano, são mais freqüentes,
razão pela qual procuro entendimento maior sobre mim. Agradeço, assim, o tempo
calmo, chuvoso que me torna possível encontros
vários. Primeiro comigo, com meu interior, aquele que me torna mais plena, mais cônscia de mim...
Percebo-me como aquela mulher a buscar pela moeda perdida,
que não pode descansar até encontrá-la. E saio à procura de mim...
O que teria roubado minha paz? O que teria trazido a mim
esse desejo premente de procura? A resposta, então, a mente me vem latente:
- Perdas! Perdas? ...
Sim, são elas que vêm roubar espaços de mim. São elas que vêm
também, organizar espaços em mim. São elas que ao invés de diminuir,
acrescentam espaços em mim e logo recorro às linhas, aos vídeos que me
elucidam, aos amigos que abrem seus ouvidos para me escutarem e trocarem,
comigo, impressões.
Não me sinto só. Não posso me sentir só, com tantas
descobertas, com tantos encontros.
As perdas podem, assim, somar, porque busco acrescer meus
espaços que, se vazios, necessitam serem preenchidos.
E saio a procurar minha dracma. E, como aquela mulher chorosa, preocupada, triste, assoberbada pela ausência, pela perda, agora ao encontrá-la se lança em festa, convida amigos a partilhar dessa alegria eu, em meu espaço, aparentemente vazio, rejubilo, canto e torno pública minhas palavras.
Pude perceber, revendo meus espaços, que as perdas puderam me levar a outros tantos encontros e a outros tantos espaços.
E saio a procurar minha dracma. E, como aquela mulher chorosa, preocupada, triste, assoberbada pela ausência, pela perda, agora ao encontrá-la se lança em festa, convida amigos a partilhar dessa alegria eu, em meu espaço, aparentemente vazio, rejubilo, canto e torno pública minhas palavras.
Pude perceber, revendo meus espaços, que as perdas puderam me levar a outros tantos encontros e a outros tantos espaços.
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