Texto de Inajá Martins de Almeida
Há palavras que nos soam interessantes e nos fazem deter tempo prolongado em sua análise. É a tendência inquiridora que nos permite a pesquisa. Mas, afinal o que
é essa tal tendência. Uma palavra apenas? Uma inclinação?
Tendência aos livros. Tendência às letras. Tendência às lãs...
Tendência às linhas... Tendência a moda. Tendência... Tendência...
Tendência... Cada qual manifesta a sua.
Um ponto de vista que alcança uma vista há que ser uma tendência? Bem! Vamos lá...
Um ponto de vista que alcança uma vista há que ser uma tendência? Bem! Vamos lá...
O dicionário nos diz ser tendência um substantivo feminino que designa força pela
qual um corpo é levado a mover-se em direção a alguma coisa. Exemplifica como a
tendência dos corpos para a terra.
Num sentido figurado diz ser uma inclinação, um pendor. Assim podemos
predispor as inclinações para o sexo, drogas em geral, roubo, crime, mentira e aí
vai.
A Psicologia qualifica a tendência como certos instintos, impulsos do
homem, especialmente na medida em que esses instintos ou impulsos são
conscientemente experimentados no comportamento que determinam.
Gosto muito quando chego aos sinônimos e percebo tendência uma aptidão,
capacidade, habilidade, inclinação, jeito, moda, orientação, predisposição,
propensão, qualidade, vocação.
Podemos então detalhar alguns pontos que nos chamam atenção, na medida
em que também podemos e devemos atentar para nossas aptidões. No que eu me vejo
mais habilidoso? Qual a minha inclinação maior? Minha vocação?
Em criança, via-me envolvida com
as agulhas, lãs e linhas de minha mãe. Meu pai sempre enredado aos livros. As linhas compactuavam a escrita de suas mãos. Sustentáculos de suas pesquisas. Apontamentos editorados. Assim logo me conduzi às lãs, linhas e livros.
Tornei-me artesã das linhas, por formação pessoal. Bibliotecária por formação
acadêmica e profissional. Os livros me conduziriam às linhas as quais passariam
a me tecer e a me escrever.
Fora, portanto, a tendência, a
inclinação dos meus pais, que logo me levaram a descobrir minha vocação. Estar
entre lãs, linhas e livros entretece meu ser a cada dia.
Até aqui parece tranqüilo, não é mesmo? Mas e os percalços? E os burburinhos dentro de nossa mente. O que
almejo e não posso obter. A luta com o que em mãos tenho ante o desejo
distante, quiçá inalcansável.
Quantas vezes nossas tendências nos levam a práticas não compreensíveis,
ao ponto de termos a observação do apóstolo Paulo a nos dizer que: “...
o que faço não o entendo, porque o que quero, isso não pratico, mas o que
aborreço, isso faço... Miserável homem que eu sou! (Rm 7:15-25)
Ah! O apóstolo Paulo. Tantos personagens impolutos que permeiam a Palavra. Aí uma janela se abre. A leitura. A inclinação para as coisas do Alto. A tendência que a uns fascina. A mim transporta-me para muito além das linhas.
A tendência aos poucos vai se formando e forjando o ser, o
caráter. Experiência pessoal, observação através de condutas, literaturas,
pesquisas diversas levam ao desfecho, quando se percebe a prática do
bem e do mal atuando na humanidade.
Miserável sim! Seremos nós se o que sentimos aborrecer praticamos, em
detrimento ao nosso querer e não fazer. Indolência. Convite ao campo de
conforto. O não trabalhar sobre a tendência – se negativa ou positiva.
Como assim? Claro! Se o normal segundo a Lei é não matar, não
roubar, não praticar falso testemunho e minha tendência leva a tal, o que devo
fazer? Lutar contra essa tendência adversa à Lei. Deixar de
“aborrecer”.
Amar a Deus acima de todas as coisas. Amar ao próximo. Amar a mim mesmo.
Tendência saudável. Inclinação ao Divino.
Caminhos de vida ou de morte. Tendência a prática do bem ou do mal. Livre é o arbítrio. O veredito e a sentença somente o Justo Juiz detém.
Caminhos de vida ou de morte. Tendência a prática do bem ou do mal. Livre é o arbítrio. O veredito e a sentença somente o Justo Juiz detém.
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