domingo, 7 de julho de 2013

JOQUEBEDE

Texto de Inajá Martins de Almeida

Quando nos atemos aos grandes feitos dos homens no passado, Moisés claramente nos vem como o libertador de uma nação. Personagem bíblico amplamente divulgado em livros, filmes, telas de pintores.

A quem se pode omitir a presença impoluta no monte Horebe detendo as tábuas da lei nas mãos – Os Dez Mandamentos. Entretanto, uma mãe, estrategista, articuladora, sábia, embora escrava, clama por estas linhas – Joquebede.

Ora, uma nação eleita por Deus, mas cativa de um povo em terras e cultura estranha? Uma nação que crescia ao ponto de assombrar os poderosos do momento? Uma nação a quem lhe era imputada a pena de ver seus primogênitos serem lançados nas águas do grande rio Nilo, ou exterminados no nascimento, por estrangulamento, faz quedar em conjeturas esta que se prostra ante os fatos.

Estranho sim! Uma nação separada, escolhida. Uma nação escrava. Mas... A Palavra narra. Êxodo – o caminho. A saída. A partida.

Distante em séculos, o estudo presente em sala de aula ativa mentes e corações. Um professor que relata os fatos. Alunos atentos. Um ponto de vista que divisa nova vista. Uma linha almeja e tece pontos.

Eram os egípcios, que iriam deixar suas marcas, gerações vindouras, por meio de suntuosas construções. Escritas estranhas, coloridas e vibrantes, decorridos séculos, envolveriam “champoliões” a decifrar  hieróglifos.  

Faraós se apresentariam como conquistadores em dinastias longas e impetuosos. “Pastores cativos” – hicsos – formariam períodos administrativos, interpondo-se a sequência numérica do período de anos.

A fome imperava. O Egito se apresentava majestoso. José governava. Jacó, agora Israel, sem o perceber, sem o saber, vai ao encontro do filho sonhador. Vendido como escravo, agora tem em suas mãos a chave que trará fartura ao seu povo que ali, no Egito faz morada.

Aos anos das cebolas adocicadas, seguir-se-ia a escravidão. À nação que crescia saudável, vigorosa, imputada severa pena. Forçada era ver seus nascituros meninos lançados a morte serem. E quantos o foram. Quantas mães ceifadas do fruto do seu ventre.

Menos uma que se mantém reclusa. Planeja. Arquiteta. Uma vida há que ser poupada. Preservada.  Arão e Miriam, filhos mais velhos, acobertam o intento. Estudam. Traçam estratégias. Compactuam sonhos vindouros.

Juncos colhidos. Mãos que trançam fios. Tecem a esperança da liberdade. Meses contados. Nada omitido. O percurso. O local da partida ao local da chegada milimetricamente planejado, articulado. Olhos atentos de irmã zelosa acompanham a trajetória.

O “grande rio” entra em cena. O “bercinho” desliza suavemente águas claras e mansas. Sem bússola, sem leme, sem comandante lá vai a “nau” solitária. Guiada por olhos atentos, acima de tudo, é a convicção do sucesso real que a faz navegar.

Navega... Navega... Navega... Singelo bebê de três meses, quem sabe, aproveita o balanço das águas. E dorme tranqüilo... E sonha o sonho dos sonhadores... E nos faz sonhar...

Uma jovem aguarda no suntuoso palácio, à beira do rio a chegada da pequena embarcação. Sua senhora é logo avisada. É a irmã do faraó que se apresenta para seu banho diário, cercada aos cuidados.

O rosto sorridente da criança cativa o coração daquela linda senhora. Cuidados são dispensados. O bebê volta para a mãe. Um salário lhe será por paga.
Neste momento estanco estarrecida. Posso até perceber mães a compactuarem a cena e se colocarem como protagonistas.

Mães guerreiras. Mães que lutam por seus filhos nas drogas, na prostituição, no crime... Incansáveis transformam lágrimas em risos. Recebem a paga da transformação.

Podemos encontrar Joquebedes em nosso tempo? Afirmo que sim, como mãe que sou. E não poucas.

Mães de joelhos em oração. Mães em vigília. Mães reclinadas às cabeceiras. Mães, passos firmes, deixam cerrar portões de ferro atrás de si, para usufruir momento singular entre grades frias... Mães incansáveis. Incansáveis mães.

Mães que nem sempre agraciadas são por salários. Mães que nem sempre vêem seus escravos em libertadores se transformarem.

Mães acima de tudo... Simplesmente mães.

A Palavra relata muitas mães sufocarem seus rebentos. Em águas sinuosas e repletas de percalços e animais selvagens, deixados à mercê. Não diferente hoje, encontramos mães licenciosas na educação. Mães desatentas dentro e fora do lar.  

Mas... Como sempre há um senão, a valentia de uma mulher chama atenção e os holofotes para si são apontados - Hoquebede.

Não obstante uma escrava e irmã – Miriã. Uma princesa, irmã do grande faraó – mãe adotiva – encerram o primeiro ato.


Retirado das águas é Moisés que nos levará à terra prometida nos atos subsequentes.

ATÉ QUANDO...

texto de Inajá Martins de Almeida

Até quando clama o profeta...

Hoje, logo pela manhã fui acometida por esse grito.

- Até quando?

Surpresa. Mistos de alegria, reflexão, cobriram o recinto. No plenário, o discurso,  brado sobejo, altissonante:

- Até quando?

Habacuques nos dias atuais começam a declinar suas queixas:

- Até quando aqueles que detém o poder em suas mãos, trairão aqueles que ao poder o encaminharam. As urnas, direito do povo, não conseguem encontrar eco. Enlameada, usurpada, corrompida encontramos as urnas.

Uma nação em luto começa a dar brados de – até quando. O berço esplêndido... O mar... A luz... O céu profundo... O novo mundo... Clama pelos lindos campos verdejantes. Pátria amada.

Em uníssono, vozes saem às ruas. Tendências podem ser percebidas. Mãos que constroem misturam-se às que miseravelmente destroem patrimônios que nada lhes significam. Usurpadores. Saqueadores. Tapadores de poços. Encontrados são desde tempos imemoriais. O joio cresce no meio do trigo. A ceifa terá seu tempo próprio.

A história trás a baila. A história conta. A história registra fatos. Cada vista acrescenta nova vista. Tece linhas. Acrescenta pontos. Olhos atentos. Percepção. Reflexão. Habacuques, muitos sem o saber, impunham bandeiras. 

E o estádio se vê repleto. A bola a um canto aguarda seu momento. Fileiras de homens uniformizados entoam o brado a todos os pulmões... É a Pátria amada que levanta milhares de vozes. Grito que não quer calar... É o futuro que espelha a grandeza... Há esperança nos vibrantes olhos. No colorido das vestes e corações, misturam-se o verde,  o  amarelo, o azul e o branco.
  
A bola rola ao ritmo compassado dos olés...

Uma pausa. Habacuques se vêem vigilantes. A história começa a vislumbrar! Brasil florão da América! O povo heróico! O brado retumbante! O sol da liberdade, em raios fulgidos.

Habacuques se levantam. Nos plenários... Nos estádios... Nas ruas... Em uníssono:

- Até quando?  

Eis que vem a hora e é agora...

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As palavras ganham espaço quando o Senador no dia 28 de junho esboça a palavra "até quando" em sessão do senado.
Ademais, no estádio Maracanã, os jogadores mal se dão conta da música que termina e as vozes todas, continuam a clamar o hino nacional. Término Copa das Confederações 30 de junho 2013. Brasil e Espanha.
Passagens como estas podem ser vistas sob vistas  além da própria vista...

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09 de outubro de 2014



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texto e montagem de Inajá Martins de Almeida - 09/10/2014 

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GOLPE DO POVO?

BASTA DE CORRUPÇÃO... 

O POVO SAI ÀS RUAS 

ESSAS QUE SE TINGEM DE VERDE E AMARELO... 

GRANDE CONCENTRAÇÃO NA AVENIDA PAULISTA, 

NA CAPITAL PAULISTA... 

FATO HISTÓRICO... 13/03/2016...


HABACUQUES

GRITAM EM UNÍSSONO:

BASTA!!!!

IMENSA FAIXA COBRE A AVENIDA

IMPEACHMENT JÁ...


ORDEM E PROGRESSO

PODEM SER VISTA NA BELÍSSIMA MANIFESTAÇÃO...


É O POVO UNIDO

FORÇA

CORAGEM

UM SÓ CORAÇÃO

UMA SÓ ALMA

UMA SÓ NAÇÃO

B R A S I L E I R A

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A história continua a ser escrita - 24/04/2016


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